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Mancini: "Precisamos de treinadores melhores e mais respeitados"

Menon

16/08/2013 10h28

A Federação Nacional de Treinadores de Futebol será lançada segunda-feira, em São Paulo, com o apoio de sindicatos estaduais, entre eles os de Rio Grande do Sul, São Paulo, Ceará,  e Rondônia. A diretoria ainda não foi escolhida, mas a certeza é que Wagner Mancini, treinador do Atletico-PR e que luta pela ideia há algum tempo, estará nela. Outros treinadores envolvidos no processo são Dorival Jr., Parreira, Tite e Falcão.

Após o jogo contra o São Paulo, na quinta-feira, dia 15, Mancini falou ao blog.

Qual a finalidade da Federação?

Organizar a classe dos treinadores e lutar por alguns direitos que ainda não temos. O futebol está cada vez mais profissionalizado e lutaremos para que os treinadores também caminhem nesse sentido.

Quais as reivindicações?

Queremos coisas básicas, como o cumprimento das leis trabalhistas. Queremos ter os mesmos direitos e deveres de todos os trabalhadores do Brasil. Você sabe que 85% dos treinadores brasileiros trabalha com contrato verbal, sem nada assinado? Isso não pode continuar. Queremos que todos tenham contrato e que os contratos sejam registrados na CBF.

Muita gente tem a visão de que a vida de treinador é muito boa, com multas milionárias que recebem quando são demitidos.

Não é bem assim. E não se pode analisar uma parte pelo todo. Não podemos olhar apenas para a Série A e  a Série B do Brasileiro. O que nos preocupa é a situação geral do treinador brasileiro. Existe uma massa de trabalhadores que não conseguem receber seus direitos, não conseguem ir à Justiça. Nossa pauta será única, para treinadores de todos os estados e de todas as divisões.

Você acha que os clubes de futebol vão resistir se continuarem pagando salários de mais de R% 500 mil mensais para um treinador?

Olha, isso é o mercado que regula. Eu não consigo analisar se os clubes têm condição de pagar x ou y. Cada clube é que tem de analisar suas contas e decidir. Não cabe a mim ter opinião sobre isso. O importante é que pague o que foi combinado e que os contratos sejam respeitados.

No Brasil, toda pessoa pode ser treinador de futebol. Basta fazer um curso de uma semana, se for o caso. Você acha isso justo?

Nós vamos atuar muito na qualificação e capacitação dos treinadores. Queremos formar um profissional melhor e exigir que ele seja mais respeitado. Vamos dar muitos cursos, com vários módulos. Estaremos atento à isso.

Na Europa é diferente. Se a pessoa faz um curso básico, só pode dirigir na Série C, se faz outro mais intenso, pode trabalhar na Série B e assim sucessivamente. É isso o que você defende?

Isso quem define é a CBF. Ela é que regulamenta a profissão. O que ela decidir, aceitaremos e faremos de tudo para que o profissional brasileiro se adapte a essas exigências. Garanto que teremos profissionais mais capacitados.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.