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Menon

A coragem sem ética de Felipe Massa

Menon

20/09/2013 13h09

Talvez este post seja um pouco atrasado, mas como estamos falando de Felipe Massa… O piloto brasileiro, em entrevista ao "repórter" Galvão Bueno, prometeu "ir para cima" de Fernando Alonso. Que altivez, não? Depois de assumir um papel subalterno por anos, chegando a colocar o pé no breque para permitir as vitórias de Alonso, realmente um piloto de alto nível, ele promete lutar. Agora, que foi demitido?

Oras, se o cara não teve coragem a vida inteira, agora quer se vingar? Seja ético e faça aquilo que te pagam – e muito bem – para fazer: ser a escolta de um piloto mais talentoso. O que tem de errado nisso? Tudo, né? Mas é a lógica. Todo mundo faz assim no automobilismo atual. Aliás, que esporte mequetrefe, não? O piloto precisa pagar para correr. E, quando corre, tem de deixar o companheiro mais famoso vencer.

Nada mais a ver com a figura romântica de pilotos de antigamente, chamados de "ases intrépidos da velocidade". Senna, Piquet, Prost, Mansell, Lauda e tantos outros criaram essa aura de jovens que desafiam a morte em busca de velocidade. Não tem mais. Ou será que sempre foi assim e o que mudou foi a qualidade de nossos pilotos? Fittipaldi, Piquet, Senna e Pace nunca optaram pelo breque tendo a opção do acelerador.

Barrichello e Felipe optaram pelo dinheiro. Se Rubinho tivesse se recusado a abrir caminho para Schumacher o que aconteceria com ele? Seria demitido da Ferrari. Mas ganharia um lugar no coração dos brasileiros. Seria reconhecido como um grande heroi. Ele não quis. Preferiu continuar na escuderia italiana e enchendo a conta que já estava cheia.

É uma opção. A mesma feita por Massa. E quando a Ferrari decide que ele não serve nem para isso mais, nem para ser escudeiro, ele fica bravinho e promete ir para cima. Eu não acredito.

Vou dar um outro exemplo sobre Rubinho. Outro dia, fiz uma matéria sobre a dificuldade dos jovens pilotos brasileiros em chegar à Fórmula-1. Quis ouvir a opinião dele e liguei para o assessor. A resposta é que, sobre Formula-1, ele só pode falar para a Globo. Pois é, o cara foi um piloto famoso e se resume agora a ser comentarista da Globo. Merece o coração do povo? Ah, e se não fosse Fórmula-1 o que eu falaria com ele? Sobre as manifestações de junho:? Dispenso.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.