Topo

Menon

Gilvan Tavares faz primeiro gol de placa de 2014

Menon

03/01/2014 08h14

A primeira grande notícia vem do Cruzeiro e não se trata – e nem poderia – da contratação de Rodrigo Souza ou da manutenção de Luan em troca de Anselmo Ramón. É muito mais do que isso. A decisão tomada pelo presidente Gilvan de Pinho Tavares pode influenciar o futebol brasileiro, desde que – eu duvido – seja imitada por outros clubes.

Ele proibiu que 50 integrantes da meiga associação conhecida como Máfia Azul participassem de uma missa em ação de graças pelos 93 anos do clube, realizada na sede do Cruzeiro. A Pavilhão Independente, outra associação que segue os preceitos de Mahatma Ghandi e Madre Teresa de Calcutá foi impedida de entrar no clube.

Gilvan Tavares está colocando em prática decisão tomada pelo conselho do clube que impediu as organizadas – sempre dando exemplo de cidadania – de usarem escudo e nome do clube. "Não os considero cruzeirenses. O conselho deliberativo do Cruzeiro, em reunião no dia 19, decidiu por unanimidade que o presidente do Cruzeiro impedisse estas pessoas de entrarem nos estádios", afirmou Gilvan Tavares. "Não posso deixar de acatar decisão do Conselho Deliberativo,  estaria desacatando a decisão do órgão máximo do clube, tomada por unanimidade", acrescentou ao UOL.

Ao impedir o uso de nome e escudo do clube, o Cruzeiro corta uma das fontes de renda dos grupos organizados, exemplos de civilidade para o mundo. É lógico que nem todo o dinheiro vem da venda de camisas. Há outras formas de arrecadação que não cabem ser analisadas aqui nesse blog familiar.

Pode até ser uma atitude que não resulte em nada prático, mas serve como exemplo. Ao  se afastar dessas falanges que pensam apenas em levar ao mundo os ensinamentos de Baden Powell, o Cruzeiro não pode mais – pelo menos não poderia mais – ser penalizado por suas atitudes violentas dentro de estádios.. Sim, porque mesmo porque potenciais vencedores do Prêmio Nobel da Paz como esses grupos – podem ter seu dia de cão e matar torcedores de outro time.

Normal, levante a mão quem não bateu com uma barra de ferro em um torcedor inimigo caído ao chão. Levante a mão quem não matou um garoto de 14 anos na Bolívia? Quem não foi usado por Juvenal Juvêncio para impedir  protestos contra o grande Kaiser são-paulino? Quem não brigou contra torcidas organizadas do próprio time como a outra Mancha e a Tup?

O Cruzeiro, ao impedir a entrada desses congregados marianos, está deixando sua sede mais limpa. Foi uma atitude profilática que merece o respeito das pessoas de bem. E que não será seguida por outros dirigentes. O Palmeiras tem se afastado também desses javalis sanguinários, dessas capivaras intelectuais. Os outros também são coniventes.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.