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Ricardo Gareca, analisado por jornalistas argentinos

Menon

22/05/2014 22h12

Conversei com dois jornalistas argentinos, amigos de muito tempo, sobre Ricardo Gareca, novo treinador do Palmeiras. Os elogios são muitos.

MARTIN EULA 

TIPO DE TREINAMENTO

– Muito trabalho com a bola. Seu Vélez se distinguiu por tratar bem a bola e a maioria do treinamento é direcionado para isto. Obviamente, na pré-temporada faz um parte dura de treinamentos físicos. E como qualquer treinador de hoje trabalha com bola parada (com portas fechadas) na véspera dos jogos.

CATEGORIAS DE BASE

Dá muita importância ás revelações.  No Vélez, subiu muitos jovens que são titurares como Lucas Romero (esteve perto de ser incluído na lista de 30 de Sabella), Allione, Tobio, Desábato e outros.

ESQUEMA

Depende dos jogadores que tem. No Vélez, na maior parte do tempo usou o 4-4-2, com dois meias muito ofensivos, jogando pelo lado do campo. Oeu seja, muitas vezes era um 4-2-4. Gosta de laterais que cheguem ao ataque.

DEFESA

Em geral, utiliza defesa com jogadores experientes e depois promove uma mescla com os mais jovens. Sempre prioriza jogadores técnicos, como Sebastián Domingez, estandarte do Vélez (jogou no Corinthians com o nome de Sebá)

CURIOSIDADES SOBRE ELE

No último jogo das Eliminatórias para a Copa de 86, fez o gol decisivo contra o Peru. Assim, a Argentina se classificou e ele não foi chamado por Billardo. Quando estava no Boca, transferiu-se, juntamente com Ruggeri, para o River, o que causou muita controvérsia.

 

PABLO RAMÓN

ESTILO DE GARECA

É um treinador muito sério, centrado e trabalhador. Não tem nada de lírico, é todo pragmático. Trabalha bem, sabe combinar juventude com experiência e é detalhista, sem sufocar os jogadores.

OFENSIVO, DEFENSIVISTA OU EQUILÍBRADO

Gareca é equilíbrio puro. Suas equipes são agressivas, as sem perder a ordem defenisva.

CATEGORIAS DE BASE

Trabalha muito com ela. Lançou e consolidou jovens como Tobio, Peruzzi, Canteros, Romero, Allione, Otamendi, Cristaldo, Riky Alvarez. , entre otros.

DISCIPLINADOR?

Tem relação muito boa com os jogadores. Pode-se dizer que instala uma disciplina cordial.

ESQUEMA TÁTICO

Claramente, un 4-4-2. Gosta que os laterais passem ao ataque (Papa e Peruzzi, por exemplo) e tem predileção por volantes que tenham bom manejo de bola. É um estudioso, detalhista, mas está longe da obsessão de Bielsa, por exemplo.

JOAQUIN FINAT

Ricardo Gareca é um treinador de perfil baixo, mais pragmático do que sonhador. Algumas vezes disse que foi influenciado por Hector Vieira. Como jogador, teve Menotti, Bilardo, Lorenzo e Basile como treinador.

Aposta muito nas categorias de base. Não espere declarações fortes nem polêmicas, é centralizado, educado e sincero. Nunca esteve envolvido em algum escândalo. Com ele, sempre joga quem está melhor. Não se compromete com ninguém e se precisa deixar um famoso fora do time, o pulso não treme.

CLÁUDIO MAURI

Gareca é um técnico muito equilibrado em todo sentido: no tático, no trato com os jogadores e com a imprensa. Não é alguém que busque conflitos. No Vélez, sempre utilizou uma linha de quatro defensores. Quando teve um enganche (Moralez) no começo de sua gestão, o utilizou (4-3-1-2, com um volante de contenção, dois de ida e vinda pelos lados e um enganche armando à frente). Quando o perdeu, utilizou o 4-4-2

Gosta de controlar o jogo desde o início, com dois laterais que se projetam e dois volantes de boa técnica. Suas equipes são mais de controlar o jogo do que os espaços Só utiliza o contra-ataque como uma variante, não como um sistema, Promoveu muitos juniores: Tobio, Romero, Canteros, Allione, Peruzzi, Ricky Álvarez, Iván Bella.

Ele é próximo dos jogadores mas sem cair no "amiguismo". Em cinco anos de Vélez não apareceram grandes diferenças com seus jogadores. Em Palmeiras terá a companhia de Santin, seu colaborador mais antigo, mas não terá Jose Flores um de seus ajudantes de campo.

Não é obsessivo como Bielsa, mas se preocupa com o rival, a quem estuda através de vídeos. Ainda que não pareça, é um treinador de muita personalidade e um pouco desconfiado do externo. Ficou seis meses sem trabalhar e foi à Espanha se atualizar e conversar com treinadores de lá.

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.