#34 Messi brilhou. Como pirilampo, não como farol
Foi um gol de Messi. Pura velocidade, deslocamento lateral, precisão e frieza de um serial killer na definição. Ainda com um brinde, a ridícula e atrapalhada colisão de Bicakcic e Besic, tentando segurá-lo.
Foi um gol importante: o segundo de Lionel Messi em Copas do Mundo, ele que passou em branco na África do Sul. E que havia marcado o seu primeiro nos magníficos 6 a 0 contra a Sérvia em Gelsenkirchen, em 2006.
Messi brilhou, mas de forma fugaz. Como um pirilampo – também conhecido como vagalume – o inseto que emite luz fosforecente. Não foi um farol, não foi uma luz contínua a iluminar e comandar a Argentina. Como todos esperam.
Ficou – para quem ama futebol – um gosto de quero mais. Foi apenas um brinde. Lionel Messi pode mais e talvez consiga ser menos comedido contra o Iran.
É possível tentar explicar porque não brilhou Messi. E também a Argentina, como se fosse possível dissociar um de outro.
Alejandro Sabella mudou o esquema com os "quatro fantásticos". Deixou Higuain no banco e escalou apenas Di Maria, Aguero e Messi. No lugar do centroavante, veio com o zagueiro Campagnaro. Formou uma linha defensiva com cinco jogadores – Zabaleta, Campagnaro, Fernandez, Garay e Rojo – e mais Mascherano centralizado, Maxi Rodriguez na direita e Di Maria na esquerda.
Não funcionou por um motivo fácil de identificar. Zabaleta e Rojo são laterais argentinos e não brasileiros. Não são como Juan Pablo Sorín. Não conseguiram apoiar. Então, houve blocos distintos. Não houve parceria, não houve troca de passes.
No segundo tempo, tudo mudou. Higuain entrou em lugar de Campagnaro e Gago conseguiu – melhor do que Maxi – fazer a bolar rodar.
E saiu o gol de Messi. A Bósnia reagiu, fez um gol e no final ainda vimos Messi perder um gol imperdível. Pelo menos para ele.
A Argentina e Messi podem melhorar. Precisam melhoar.
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