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#86 Brasil vai enfrentar a "horrorosa" Colômbia, um time brasileiro

Menon

28/06/2014 19h31

"A nosotros, nos tocó dançar com la más fea" é um ditado popular comum na América Latina. "Para nós, sobrou dançar com a mais feia" é uma tradução possível para o machismo da América. Ele é usado quando, em um sorteio, o time cai em uma chave muito dura. Quando enfrenta um adversário muito duro.

Se for assim, a Colômbia é horrorosa. E o Uruguai, tão temido, perto da Colômbia, seria uma Sofia Vergara. Antes do jogo, todo mundo sabia que a Colômbia joga muito mais bonito que o Uruguai. Ou, para dizer as coisas como devem ser ditas, é um time melhor que o Uruguai.

É lógico que há a mística da Celeste. É lógico que é um time com uma grandeza moral imensa e intensa. O Uruguai tem história e se apoia nela em todas as ocasiões. E houve ainda a punição ridícula a Luis Suárez. Depois dela, Lugano se vestiu de Obdulio, fez o discurso de nós contra todos….Foi insuficiente.

Se o Uruguai tem história, a Colômbia vai construindo a sua a cada jogo. Vejamos

Pela primeira vez, o time passou à terceira fase

Pela primeira vez, ganhou quatro jogos seguidos. Três jogos seguidos. Dois jogos seguidos.

Nunca um jogador colombiano havia feito mais que dois gols em um Mundial. Agora, esse espetacular James Rodriguez tem cinco gols em quatro jogos. Aliás, James Rodriguez jogaria facilmente na atual seleção brasileira. É muito melhor que Oscar.

A Colômbia, nas quatro copas anteriores, havia marcado 14 gols em 13 jogos. Media de 1,07 por jogo. Nesse ano da graça de 2014, ano da Copa das Copas, tem 11 gols em quatro jogos. A média é de 2,75 por jogo. Um aumento de 157%.

Mas, o pior não são os números. A Colômbia tem jogado de maneira brasileira. Da maneira com que o Brasil encantou o mundo. Com dribles, passes, chegada de meias, toque de bola, enfim, todo o nosso repertório. Para ser justo, também foi o repertório deles nos anos 90, com Rincón, Valderrama e outros. Só que agora, fazem gols.

O Brasil pode vencer, é claro. Sempre pode. Mas a certeza hoje é que a Colômbia será tão difícil como a semifinal ou a final. Pelo menos, isso é o que a bola mostra. A Colômbia pode perder, pode ser punida, mas não será pela bola. Bola, ela tem até demais.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.