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#126 Aldo Rebello e Portella trabalham juntos para fiscalizar a CBF

Menon

11/07/2014 17h37

Tão surpreendente quanto receber um telefonema do Ministro Aldo Rebello é saber que uma união pouco provável está sendo concretizada para ajudar em mudanças no futebol brasileiro. É o que ele me conta. "Recebi um telefonema de José Luiz Portella e conversamos bastante. Ele me disse que, para o Poder Público ter um poder maior de fiscalização sobre o esporte e o futebol é preciso uma alteração constitucional.

José Luiz Portella é engenheiro e consultor. E foi secretário executivo do Ministério dos Esportes no governo de Fernando Henrique Cardoso. "Essas diferenças não atrapalha em nada. Vamos trabalhar juntos porque as mudanças no esporte não podem ser preocupação de um governo ou de um partido. Precisam estar acima deles, precisa ser suprapartridária", disse Aldo. O Ministro citou que a relatoria do projeto de renegociação de dívidas dos clubes coube ao deputado Otávio Leite, do PSDB. "Se não houver trabalho conjunto não há avanço".

Ao patrocinar uma emenda á constituição que amplie o poder de fiscalização do Estado nas associações que gerem a pratica do esporte – CDF incluída, é claro – Aldo não vê nada que indique intervenção ou estatização. "Isso aí é coisa do Merval Pereira (jornalista de O Globo). Não queremos estatizar nada. Não queremos intervenção nenhuma. A legislação constitucional tornou a prática do esporte parte vida privada Mas temos a obrigação de fiscalizar. Vamos encontrar, a partir da conversa com o Portella, alguma maneira de influenciar e preservar o interesse publico e nacional. Não vamos indicar, não vamos nomear, mas queremos  fiscalizar. Já houve conquistas como limitação de numero de reeleições".

Aldo Rebello é preocupado também com a saída precoce de jogadores brasileiros para outros países. Um tema que foi tocado pela presidente Dilma Rousseff esta semana. Ele analisa três projetos: 1) de Rodrigo Maia (DEM-RJ), de 2009, que tenta impedir transações de jogadores com menos de 22 anos, 2) de Danrlei de Deus (PTB-RS), de 2011 que proíbe a transferência de jogadores com menos de 18 anos que não tenham terminado o ensino médio e de Ronaldo Vasconcelos (PL-MG) de 2001, que proíbe a transferência de jogadores com menos de 18 anos.

"São ideias e projetos que estamos estudando para apoiar. Existia uma lei que proibia a saída de jogadores com menos de 17 anos, mas o clube contrata o pai. E o pai tem, é lógico, o direito de levar o garoto junto. E aí ele começa sua carreira por lá. Conversei com Alexandre Gallo e ele me disse que precisa viajar ao Exterior para analisar garotos brasileiros do sub-15".

Enquanto espera pela colaboração de Portella e analisa os projetos, Aldo Rebello tomou algumas atitudes a curto prazo. Depois da Copa vai receber, junto com a presidente Dilma Rousseff aos líderes do Movimento Bom Senso. E também os representantes dos clubes das Séries A e B.

E comemora a regulamentação do projeto que trata da renegociação da dívida dos clubes. "Será bom para todo mundo. Para o governo porque vai receber a dívida. Nada será perdoado. Vão pagar a dívida passada. Quem aderir, terá de pagar suas dividas tributárias e trabalhistas. Para os clubes, será bom porque receberão a certidão negativa que dá direito a usar a lei de incentivo ao esporte. É o que o São Paulo fez para construir seu centro de treinamento em Cotia."

E o que garante que agora os clubes pagarão o que for acordado? "Porque agora haverá uma pena técnica. Vai perder pontos e coisas correlatas. As negociações anteriores não previam contrapartidas e nem obrigações. Parava de pagar e nada acontecia. Agora, não. Eu estou trabalhando em busca de soluções perenes. Tem muita gente com soluções simples, baratas e erradas."

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.