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Osório Furlan: "Quero Valdivia vivo ou morto. É o maior mico da minha vida"

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04/08/2014 16h47

Osório Furlan Jr, de 69 anos, é um sólido empresário na área de importação de vinhos. Trabalha nessa área há 44 anos e nunca teve problemas. Nada que possa se comparar com o infortúnio que foi sua única incursão no mundo do futebol. Em 2009, ele depositou 2,16 milhões de euros na conta do Palmeiras, seu time de coração. Estava ajudando na repatriação de Valdivia. O valor correspondia a 36% dos 6 milhões de euros que o Palmeiras pagaria ao Al Ain, dos Emirados Árabes, pelo jogador.

"Agi com o coração e não com a razão. Valdivia foi o maior mico da minha vida empresarial. E o maior mico da história do Palmeiras. Nunca joga, vive machucado e não dá retorno", diz Furlan, que viu, nos últimos tempos, ressurgir a possibilidade de recuperar o investimento.

A proposta de 5,5 milhões de euros do Al Fujairah, da cidade de Dibba Al-Hisn, também nos Emirados Árabes, surgiu como um bálsamo. "Bem, eu já havia dado esse dinheiro como fundo perdido. Então, o advogado André Sica me mandou um email no dia 14 de julho perguntando se eu concordava com os valores oferecidos, 5,5 milhões de euros em cinco parcelas. Aceitei, é claro".

O que parecia resolvido, enrolado está. O negócio não foi fechado até agora, para desespero de Osório. "Ninguém sabe onde está o Valdivia. Não sei se contrato o Hercule Poirot (detetive de ficção, criado por Agatha Christie) ou se faço um cartaz de Procura-se, vivo ou morto, com a cara dele, como no velho Oeste".

Ele não consegue falar com o presidente Paulo Nobre. Irritou-se ao ver Brunoro na televisão dizer que "por questão jurídica, não pode falar nada sobre o assunto" e, ao falar com André Sica encontrou outro interessado no caso que nada sabe sobre o paradeiro atual de Valdivia.

Osório, de tanto pensar, acha que descobriu o que está pegando. "Quando o Palmeiras contratou o Valdivia, ficou acertado que o Al Ain receberia uma multa de 2 milhões de euros se ele fosse vendido para outro time árabe. No email que recebi do André Sica está dito que o Al Fujairah bancaria esse dinheiro. Acho que voltaram atrás. E o Palmeiras também não deve querer pagar. Isso é o que eu acho, porque ninguém me dá a mínima satisfação".

O contrato de Valdivia termina em agosto de 2015. Até lá, Osório ainda sonhará com a transferência. "Eu ainda acho que vai sair alguma coisa agora, mas se não der certo, fazer o quê? Vai ser o único vinho amargo da minha vida".

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.