Topo

Menon

Muricy, em transição, parece ter achado um ponto de equilíbrio no Sul

Menon

21/08/2014 00h25

Difícil analisar a carreira de um profissional ainda na ativa. Os clichês podem ficar superados à medida que ele começa a mudar seus conceitos. Muricy, por exemplo. Desde que voltou ao São Paulo, tem tentado ser um treinador diferente do que foi no período vitorioso do tricampeonato. Muricy abandonou o Muricybol. Lembram-se? Time com três zagueiros ou com um zagueiro na lateral. Volantes marcadores. Jorge Vagner rei da bola parada. Hugo, bom cabeceador. "Quer espetáculo, vai no Teatro Municipal", disse o técnico.

Quando chegou, disse que não dava mais para jogar com três zagueiros porque todo mundo estava atuando com três meias. E repetiu várias vezes que os volantes precisam jogar mais, tocar a bola, aparecer para o jogo.

Tentou montar o time em cima desses conceitos. Houve eliminações vergonhosas, contra Ponte, Penapolense e Bragantino, ainda na semana passada, mas o treinador tem apostado no toque, apesar de haver deixado Pato no banco de Ademílson.

São erros, é lógico, mas agora parece ter acertado. Apostou em quatro jogadores habilidosos. E, nessa transição do Muricybol para o Muricytoque, não conseguiu montar o sistema defensivo. Atacava e perdia.

Contra o Inter, enfim, conseguiu o equilíbrio. Ganso e Kaká marcaram muito. Pato e Kardec ajudaram. Houve recomposição. E, atrás, Hudson e Denílson fizeram uma grande partida. Marcaram muito, atrás e depois na frente. E mostraram uma boa saída de bola. Hudson foi o melhor. Marcou mais. Roubou mais bolas. Pode formar uma ótima dupla com Souza. Ou mesmo com Denílson.

Nada garante que o time manterá o suor derramado ontem. Pode ser que aquela inércia vergonhosa volte. E ela é culpa também de Muricy. Mas foi a terceira vitória seguida, duas delas fora de casa.

O ajuste fino parece ter chegado. O equilíbrio está aí. Se for mantido, o time pode sonhar com uma boa posição, embora o Cruzeiro esteja aí assombrando todos os times adversários.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.