Carlos Miguel e Marco Aurélio se aproximam. Até quando?
Na última reunião do Conselho Deliberativo do São Paulo, o presidente Carlos Miguel Aidar foi questionado por um dos conselheiros. Ele pedia explicações sobre a ausência de Luís Fabiano, que está contundido há dois meses. Colocava em dúvida a capacidade de departamento médico do São Paulo. Surpreendentemente, presidente disse que não entende muito de medicina e aproveitou para pedir a Marco Aurélio Cunha, seu duro opositor na eleição presidencial de abril e que é médico, que falasse sobre o assunto.
Marco Aurélio defendeu os médicos do São Paulo. Disse que são de alto nível e que o clube tem os melhores profissionais na área. Explicou que Luís Fabiano é um atacante vigoroso, já com 33 anos e que é normal que tenha contusões musculares. Citou exemplos de outros atacantes da mesma condição que também se contundiram.
Não foi o primeiro gesto de aproximação entre Marco Aurélio e Carlos Miguel. Eles tem se encontrado no clube, não de forma oficial, nada marcado antecipadamente, e trocado opiniões sobre o momento atual da instituição.
O entendimento atual vem depois de muita turbulência. A disputa presidencial, com Marco Aurélio Cunha fazendo parte da chapa de Kalil Rocha Abdalla, derrotada na eleição com 39% dos votos, deixou sequelas. Elas aumentaram quando os oposicionistas se recusaram a votar o projeto de reforma do Morumbi, que previa a construção de uma arena coberta com capacidade de 28 mil lugares, onde seriam realizados shows.
Carlos Miguel disse que a recusa em votar o projeto causou a fuga de investidores. Disse também ao blog que o Morumbi é um estádio ultrapassado. Marco Aurélio retrucou, afirmando que o Morumbi é um está com 35 mil lugares cobertos, coisa que nenhum outro tem e que a reforma não seria tão necessária assim. Aprova-la sem discussão seria dar um cheque em branco aos eleitos.
Desistir do projeto foi uma derrota de Carlos Miguel. Era uma de suas propostas fundamentais. A outra também deu errado. Ele havia prometido liderar os clubes brasileiros para a formação de uma liga que os "defendesse" da CBF. Faltou combinar com os clubes, que nem aceitaram a conversa. Uma decisão tomada também em represália a algumas declarações ousadas de Carlos Miguel, que ironizou Palmeiras e Cruzeiro, quando contratou Allan Kardec e Michel Bastos, respectivamente.
Carlos Miguel se volta agora ao gerenciamento apenas do futebol do São Paulo, que também tem problemas. O time entrosou e está jogando bem, mas não há patrocinador e as dificuldades para se pagar uma folha salarial muito alta – perto de R$ 10 milhões – é evidente. Pipocam informações de atrasos nos direitos de imagem dos jogadores e no salário de Muricy, todas desmentidas por Carlos Miguel.
A aproximação com Marco Aurélio – telefonemas foram trocados no dia do aniversário de Carlos Miguel, que coincida com a inauguração do comitê da candidatura de Marco Aurélio a deputado estadual – pode ser o início da pacificação do clube. Com lideranças unidas, as turbulências podem ser enfrentadas com melhores resultados.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.