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Carlos Miguel e Marco Aurélio se aproximam. Até quando?

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27/08/2014 11h17

Na última reunião do Conselho Deliberativo do São Paulo, o presidente Carlos Miguel Aidar foi questionado por um dos conselheiros. Ele pedia explicações sobre a ausência de Luís Fabiano, que está contundido há dois meses. Colocava em dúvida a capacidade de departamento médico do São Paulo. Surpreendentemente,  presidente disse que não entende muito de medicina e aproveitou para pedir a Marco Aurélio Cunha, seu duro opositor na eleição presidencial de abril e que é médico, que falasse sobre o assunto.

Marco Aurélio defendeu os médicos do São Paulo. Disse que são de alto nível e que o clube tem os melhores profissionais na área. Explicou que Luís Fabiano é um atacante vigoroso, já com 33 anos e que é normal que tenha contusões musculares. Citou exemplos de outros atacantes da mesma condição que também se contundiram.

Não foi o primeiro gesto de aproximação entre Marco Aurélio e Carlos Miguel. Eles tem se encontrado no clube, não de forma oficial, nada marcado antecipadamente, e trocado opiniões sobre o momento atual da instituição.

O entendimento atual vem depois de muita turbulência. A disputa presidencial, com Marco Aurélio Cunha fazendo parte da chapa de Kalil Rocha Abdalla, derrotada na eleição com 39% dos votos, deixou sequelas. Elas aumentaram quando os oposicionistas se recusaram a votar o projeto de reforma do Morumbi, que previa a construção de uma arena coberta com capacidade de 28 mil lugares, onde seriam realizados shows.

Carlos Miguel disse que a recusa em votar o projeto causou a fuga de investidores. Disse também ao blog que o Morumbi é um estádio ultrapassado. Marco Aurélio retrucou, afirmando que o Morumbi é um está com 35 mil lugares cobertos, coisa que nenhum outro tem e que a reforma não seria tão necessária assim. Aprova-la sem discussão seria dar um cheque em branco aos eleitos.

Desistir do projeto foi uma derrota de Carlos Miguel. Era uma de suas propostas fundamentais. A outra também deu errado. Ele havia prometido liderar os clubes brasileiros para a formação de uma liga que os "defendesse" da CBF. Faltou combinar com os clubes, que nem aceitaram a conversa. Uma decisão tomada também em represália a algumas declarações ousadas de Carlos Miguel, que ironizou Palmeiras e Cruzeiro, quando contratou Allan Kardec e Michel Bastos, respectivamente.

Carlos Miguel se volta agora ao gerenciamento apenas do futebol do São Paulo, que também tem problemas. O time entrosou e está jogando bem, mas não há patrocinador e as dificuldades para se pagar uma folha salarial muito alta – perto de R$ 10 milhões – é evidente. Pipocam informações de atrasos nos direitos de imagem dos jogadores e no salário de Muricy, todas desmentidas por Carlos Miguel.

A aproximação com Marco Aurélio – telefonemas foram trocados no dia do aniversário de Carlos Miguel, que coincida com a inauguração do comitê da candidatura de Marco Aurélio a deputado estadual – pode ser o início da pacificação do clube. Com lideranças unidas, as turbulências podem ser enfrentadas com melhores resultados.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.