Gareca sai e deixa uma lição para quem ama o Palmeiras e o futebol
Após a derrota contra o Inter, Ricardo Gareca fez um discurso que me tocou fundo. "Um time grande como o Palmeiras tem de jogar sempre pensando em vencer. O Palmeiras tem de ser assim. Eu sou assim também. Se não fosse para pensar em vitórias, não deveriam ter me contratado".
Perfeito. Corretíssimo. Um recado, uma lição que não deve ser esquecida nunca pelos palmeirenses e também por quem gosta de futebol. De esporte. Um time grande, enorme, centenário como o Palmeiras não pode pensar pequeno. Não pode se contentar com pouco. Tem de sonhar. E transformar sonhos em realidade. Pelo menos, lutar para isso.
Então, está errada a demissão de Gareca.
Não. A situação do Palmeiras é grave e o trabalho de Gareca contribuiu para isso.
Lembremos que, ao ser contratado, preferiu não assumir o time de uma vez. Ficou apenas observando Alberto Valentim. Depois, teve um mês para treinar e conhecer os jogadores.
Pediu quatro reforços e eles vieram. Não foram suas primeiras opções, mas vieram. Jogadores como Allione, Mouche, Cristaldo e Toio têm o aval do treinador. E apenas Allione tem jogado bem.
Com tempo para trabalhar, para conhecer o elenco e com jogadores pedidos, que resultado Gareca trouxe ao Palmeiras. Quatro vitórias, um empate e oito derrotas. No Brasileiro, foram sete derrotas, uma vitória e um empate. 15% dos pontos.
Mais correta parece ter sido a aposta do Flamengo em Luxemburgo: seis vitórias em sete partidas, 85,7%
Ou de Argel no Figueirense. Nos últimos seis jogos, conseguiu 14 pontos, 77,77%.
O Palmeiras não está na zona de rebaixamento, graças àquela vitória contra o Coritiba. Tem ainda 20 jogos por fazer. Precisa de um treinador que em vez de fazer um lindo discurso sobre a história do Palmeiras, saiba que, para voltar a esses momentos de glória, é necessário entender o presente.
Fechar a casinha. Montar uma defesa forte. Ter velocidade no contra-ataque. E chegar a 47 pontos. Faltam 10 vitórias.
O sonho de Gareca, corretíssimo, fica para depois.
Paulo Nobre talvez tenha aprendido alguma coisa com ele. E passe a entender a grandeza centenária do Palmeiras.
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