Um recado para Paulo Nobre e Brunoro: é o goleiro, estúpido
Quem acompanha o blog sabe que eu não acredito que números definam o futebol. O 4-2-2, 4-3-3, 4-1-3-2, 4-6-0, 3-6-1, um dois três de oliveira quatro, tudo pode ser bem montado, exaustivamente ensaiado perfeitamente executado e ser derrotado por um drible mágico, por um tornozelo traidor, por uma casquinha malvada, por uma traição descoberta na véspera do jogo, por um purê estragado, pelo imponderável, enfim. Por isso o futebol é o que é, o criador de novas amizades, o bálsamo para um câncer infantil, o motor para a destruição de insuspeitas bodas de ouro.
Mas há números que explicam, sim, o futebol. UM goleiro ruim coloca tudo a perder. E o Palmeiras, de Paulo Nobre e Brunoro, tem TRÈS goleiros ruins. E, se considerarmos que o resto do time não é nenhuma maravilha….
Vamos tomar a Portuguesa por exemplo. Em 2011, ela foi campeã da segundona com Weverton, atualmente no Furacão, no gol. Em 2012, ela escapou do rebaixamento com Dida no gol. Alguém imagina um time com Dida no gol sendo rebaixado. Em 2012, ela escapou novamente do rebaixamento com Lauro no gol. Sim, não dá para comparar Lauro com Dida, mas ele fez jogos muito bons, apesar de haver falhado em outros. E fez até gol de cabeça.
Pode-se dizer que a Portuguesa tinha o artilheiro Bruno Mineiro em 2012 e o artilheiro Gilberto em 2013, mas não é incomum ver um time em péssima posição ter um goleador em campo. Quanto a goleiro, não. O time pode até cair com goleiro bom, como o Fluminense de Diego Cavalieri, mas é quase impossível resistir com goleiro ruim.
Tenho certeza que o Palmeiras estaria muito melhor se Fernando Prass estivesse no gol. Ele não é milagroso, não traz a mulher amada de volta em três dias, mas e um goleiro de nível. No mínimo, por baixo, do nível de Ricardo Berna, Marcelo Lomba, Vanderlei, Tiago Volpi e outros que lutam para não cair.
E o que Brunoro e Nobre fizeram ao perder Prass? Apostaram em Bruno, um tipo de móveis e utensílios da empresa, sempre ali à disposição, sempre ali pronto a falhar. Bruno não deu certo, a bomba caiu nas mãos – frágeis mãos – de Fábio. Nâo deu certo. Chegou a vez de Deola. Deola, que havia rodado o Brasil sem deixar saudades em lugar algum.
O São Paulo tem no mínimo dois goleiros melhores que Deola, Fábio e Bruno. O Corinthians também. O Santos tem um. A Portuguesa não tem e por isso está caindo para a Série C. Na tal escola palmeirense de bons goleiros, esses três não podiam nem passar perto da secretaria para fazer a matrícula.
Paulo Nobre e seu CEO podem entender de futebol, mas esqueceram uma regra claríssima: se o time é ruim, que pelo menos tenha um goleiro confiável. É como um time de vôlei sem levantador, é como um carro de rally sem gasolina. E de vôlei e automobilismo, Brunoro e Paulo Nobre entendem um pouco.
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