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Geraldo, ex-gerente da base do São Paulo: "Não existe caixa-preta em Cotia"

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23/09/2014 23h34

A demissão de Juvenal Juvêncio significou também a saída de José Geraldo de Oliveira, administrador de empresas e gerente de futebol de Cotia. "Perdemos nosso bastião contra a ação predatória de empresários. Nossa joia não tem mais seu protetor", disse Juvenal. "Agora, a caixa-preta de Cotia vai ser aberta. Nunca houve alguém tão blindado como o Geraldo", dizem oposicionistas a Juvenal.

Qual é a verdade?, pergunto a Geraldo, que estava voltando de uma semana de férias em Rio Claro, pronto a procurar um novo emprego.

"Tem exagero dos dois lados. Não existe caixa preta alguma em Cotia. Lá, tudo é transparente. Tudo foi feito sempre conforme as normas do  clube. O garoto chega com 12 ou 13 anos e com 14 assina o primeiro contrato. O descobridor ganha 5%. Quando assina o primeiro contrato profissional com 16 anos, a negociação varia. Alguns passam a ter direito a uma porcentagem de seus direitos. Tudo normal, tudo às claras. Não sou blindado porque não preciso. Não tenho nada de errado, nada a esconder", diz Geraldo.

Ele vê tanta especulação sobre o seu poder pela importância que tem Cotia e pelo seu jeito de trabalhar. "Cotia é importantíssima, é a renovação do São Paulo, é o oxigênio do clube. Eu era gerente e gerente tem de mandar. Eu nunca me omiti, cumpri meu trabalho e foi só isso.  O resto é exagero".

Carlos Miguel Aidar deixou claro que não gostou da transação de Lucas Evangelista. Quando a venda foi realizada, soube que teria de dar 10% ao empresário Joseph Lee. Bastou isso para que novas desconfianças se voltasse a Geraldo. "Esse é um exemplo de como há desinformação. O Lucas Evangelista jogava na base, mas a contratação dele foi feita pelo Adalberto Batista, do profissional. Não passou por mim, não tenho nada com isso", diz Geraldo.

Juvenal explicou a transação. "O Lee ajudou na contratação do Cortez e ficou com parte do Lucas. Coisa normal".

Aos 51 anos, "com dois filhos para criar", Geraldo quer distância da política do clube. "Sou viúvo e preciso de um novo emprego para continuar criando as crianças. Devo muito ao Juvenal e não tenho mágoas do Carlos Miguel Aidar. Toda empresa tem direito de trocar seus funcionáros. Está tudo normal, eatá tudo bem".

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.