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Pequenez de Michel Bastos e grandeza de Henrique em duas grandes vitórias

Menon

08/10/2014 21h49

CBF. Gramados ruins. Horário de jogos impostos pela televisão etc etc etc. Sempre há argumentos para justificar o atual atraso do futebol brasileiro. Há outros: árbitros ruins, técnicos ultrapassados. Pense um pouquinho e encontre outros.

Mas, e os jogadores? São apenas vítimas de tantos erros?

Nem sempre.

Vejamos a entrevista de Michel Bastos no intervalo do jogo São Paulo x Furacão. "O 1 a 0 está ótimo para nós. Precisamos voltar atentos para que continue assim. Não podemos sofrer gols".

Que coisa mesquinha! Que sentimento ultrapassado! O que um torcedor do São Paulo poderia esperar do segundo tempo após uma declaração tão retranqueira?

Poderia esperar o que se viu. O Furacão voltou com personalidade, avançou a marcação e o São Paulo, em busca da vice liderança, folha salarial maior que a renda de algum município brasileiro, sufocado. Sem saída. Só melhorou um pouco com a entrada de Boschilia, principalmente, e Luís Fabiano. Mas nada que entusiasmasse.

No final da partida, o goleiro Weverton foi tentar um gol de escanteio. Errou e a bola sobrou para Ganso na lateral. Poderia tentar o gol, mas parou, driblou e sofreu falta. Foi o correto, mas muito frustrante.

Time grande precisa mandar no jogo. Precisa procurar sempre a vitória. Não pode conviver com a análise medrosa de Michel Bastos.

Algumas observações.

Lindo gol de Maicon, com uma finalização de chapa, cirúrgica

Inesquecível (mais uma) defesa de Ceni, no chute de Bady. Pena que está no fim.

Lamentável o gol perdido por Pato. Com 2 a 0 no primeiro tempo, tudo seria muito mais fácil.

Impressionante como o São Paulo se cansou no segundo tempo.

E o Palmeiras – não vi o jogo – conseguiu vitória importantíssima. Se afastou mais do Z-4 e mandou o Botafogo para a lanterna. Pode até sair, mas não escapa do facão.

E Henrique precisa ser louvado. Fez seu 13º gol n Brasileiro. E daí que não é craque, que não domina bem, que não arranca suspiros.

É matador. Está lá para fazer gols. E os seus gols estão dando ar e alívio ao gigante verde.

Os artilheiros precisam ser reconhecidos. Fazem gols. Transformam o pós jogo em uma reconciliação com a vida. Ou, quando erram, fazem uma segunda-feira se transformar em um velório de 24 horas.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.