#150 Neymar brilhante, Kaká solidário, Jefferson preciso e Dunga sem ofensa

Os "modernos", que adoram falar hat trick precisam buscar uma nova palavra para definir o que Neymar fez contra o Japão. Eu vou no mais simples: quatro gols em 90 minutos. São 40 gols em 58 jogos, além de 22 assistências. É o quinto artilheiro histórico da seleção. E tem 22 anos. Vai superar os números de Pelé.

Kaká jogou poucos minutos, em lugar de Elias, esteve em várias partes do campo e, marcou muito, saiu pelos lados e deu o passe para o último gol. Em sua fase final da carreira, Kaká me lembra as aulas de química do professor Maurício Bacci, lá no Instituto de Educaçã Dr. Francisco Thomaz de Carvalho, lá em Casa Branca. Ele falava dos "catalisadores", elementos químicos que tinham a função apenas de fazer outros reagirem. Sem o catalisador, não havia reação química.

No São Paulo, ele tem sido assim. Longe do craque que já foi, falhando em finalizações fundamentais, tem sido importantíssimo. Sua maior qualidade não é jogar, é fazer  time jogar. E tem feito isso com maestria.

Jefferson fez grande defesa hoje contra o Japão. E uma grande defesa quando seu time goleia e o adversário nem existe, é mais difícil do que quando você é totalmente dominado. O grande goleiro de um grande time é exigido três vezes e faz tres defesas. O goleiro de um time ruim faz 30 defesas no jogo e leva tres gols. Discreto, sem voos espetaculares, Jefferson dá conta do recado.

E Dunga? Não ofendeu nenhum japonês por comer yakissoba ou usar pausinhos. Já é um avanço.