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Tricolor heroico e Corinthians amarelão. Tardelli, craque exemplar

Menon

16/10/2014 00h11

Foi uma quarta-feira de derrubada de clichês. O time do povo foi pipoqueiro. E o time que "tem todos os dentes na boca" foi heroico. O Corinthians, que é tratado por seus torcedores como o grande representante da raça, foi eliminado de maneira vergonhosa no Mineirão – não estou tirando nenhum mérito do Atlético Mineiro – e o São Paulo, que os corintianos chamam de pipoqueiro, conseguiu uma classificação muito dura, jogando com um a menos por 60 minutos.

Peço desculpas aos torcedores do Atlético. O UOL é um site nacional e eu deveria falar da vitória do Galo e não da derrota corintiana. Mas não é uma derrota comum. É uma derrota para ficar na história. Dificilmente um treinador se mantém após uma vergonha assim. Só para lembrar: 2 a 0 no primeiro jogo e faz o primeiro, logo no inicio do jogo. O time só seria eliminado se levasse QUATRO gols e não fizesse nenhum. E foi isso o que aconteceu.

É derrota para tornar muito difícil a permanência do treinador.

O Corinthians perdeu de forma bovina. Caminhou para o matadouro sem reclamar, sem gritar, sem balançar o rabo. Foi um time galinha contra um Galo vingador. As divididas eram  sempre a favor do Atlético, os jogadores mineiros sempre chegavam antes. Me desculpem,  mas vou repetir o que digo sempre: não é sempre que o esquemas táticos definem o jogo. Futebol é vida e vida não tem GPS. Vida é para quem quer viver. O Corinthians. Mereceu morrer.

Destaque para Diego Tardelli, que transformou-se em um profissional exemplar. Sempre foi bom de bola, mas era "inconfiável". Uma vez, no São Paulo, perdeu a hora e chegou atrasado. De helicóptero, como Abílio Diniz – empresário são-paulino – havia feito dias antes. Foi o seu fim. No Galo, é outro. Viajou o mundo e depois de 25 horas entrou em campo. Extraordinário.

E o São Paulo? Fez um a zero no primeiro jogos. Começou levando sufoco e fez o primeiro, aos nove minutos, com Michel Bastos. Cedeu o empate e garantiu a classificação com um gol antológico de Ganso. Espetáculo. Garantiu sim, porque os deuses do futebol não permitiram que um gol daqueles fosse um gol de derrotado.

As coisas se complicaram com a expusão de Denílson. Com um a menos, o São Paulo lutou muito. Lutou como um time guerreiro que dizem o Corinthians ser. E ficou com a vaga, com um lindo gol de Boschilia.

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.