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Quadrilha explica os 15 minutos confusos que impediram goleada tricolor

Menon

30/10/2014 21h31

Quadrilha é um dos poemas mais famosos do genial Carlos Drummond de Andrade.

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história

Em versos simples, sem rima, ele conta os desencontros da vida. Tudo que parece correr bem, vira uma confusão.

Foi assim com o São Paulo, embora Muricy, que é grande treinador não seja um poeta à altura de Drummond.

Antônio Carlos entrou na zaga, Paulo Miranda foi para a lateral

Hudson, que estava lá foi para o meio em lugar de Maicon,

que deixou o campo. E o time desandou

Maicon estava bem. Fazia bom trabalho de marcação e dava opções no ataque. Foi dele o passe para o primeiro gol, belo chute de fora da área de Michel Bastos. Hudson, que é bom marcador, fez um segundo tempo muito ruim. Não achou ninguém no meio. Deu espaços para os equatorianos. Não impedia chegadas pelo meio. E, pelo lado direito, Paulo Miranda também estava mal.

O time, que fez um primeiro tempo muito bom, com direito a um terceiro gol lindo, com passes desde a defesa: Souza para Kardec, Kardec para Ganso, Ganso para Kaká e Kaka para Kardec, que definiu com precisão.

Os erros de posicionamento do São Paulo permitiram o chute do primeiro gol do Emelec. Um chute forte, mas Ceni poderia pegar. Não pegou. Em seguida, bola esticada e o segundo gol do Emelec. Um grande susto.

O Emelec não é ruim. Não tem complexos, joga de maneira altiva e…bate muito. Ceni fez duas defesas espetaculares, quando o São Paulo vencia por 1 a 0 e depois, por 4 a 2.

A goleada não veio. Agora, o São Paulo pode perder por 1 a 0 em Guayaquil. Se a defesa estiver bem postada, virá de lá com a vaga. Se acertar um contra-ataque, poderá ficar mais fácil ainda.

O que não pode é ter quadrilha.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.