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Valdivia, o genial capitão verde e a mediocridade da torcida do Santos

Menon

03/11/2014 10h14

E Valdivia está dando a volta por cima. Depois de tantos problemas físicos e comportamentais – não é preciso repetir quais foram – está honrando a camisa do clube. Como capitão, mostrando que Dorival Jr. acertou em lhe dar esse cargo tão importante para chilenos. Valdivia é o grande nome do Palmeiras que faz um segundo turno de alto nível e que vê o rebaixamento como um pesadelo praticamente evitado.

A travessia pela pinguela balançante, com tubarões famintos lá no rio, foi concretizada com o toque genial de Valdivia para Mazinho. Ele recebeu a bola no pé esquerdo, passou para o direito e, sem que ninguém percebesse, tirou do calção um sextante, um esquadro, régua, globo, calculadora de última geração, definiu seno, cosseno, tangente, hipotenusa, graus a bombordo, estibordo e, com aquela cara de enfado deu o passe milimétrico para o gol de Mazinho, que teve o mérito de definir muito bem.

Não sei se Valdivia cansou de ver seus méritos diminuídos por suas besteiras ou se percebeu a grandeza do Palmeiras, mas o fato é que está jogando com maestria de craque – o que é fácil para ele – e com a responsabilidade de um capitão a transportar uma carga preciosa, o que sempre foi difícil para ele.

A grandiosidade que Valdivia está mostrando é contrastante com a fragilidade da torcida santista. No futebol de hoje, em que o dinheiro faz muito mais diferença do que antigamente, o torcedor precisa ajudar o clube. E não passar um vexame como o de ontem.

Vamos fazer uma comparação:

Criciúma x São Paulo

Público 12668 pagantes

Renda R$ 243.695,00

Média do ingresso R$ 19,24

Santos x Inter

Público 5907 pagantes

Renda R$ 170.950,00

Média do ingresso R$ 28,94

Como é isso? A torcida dro Criciúma abraça seu time, que luta ingloriamente para não cair e a torcida do Santos ignora seu time, que faz o último jogo antes de uma decisão importante contra o Cruzeiro?

Irão apenas na decisão da vaga contra o s mineiros? É muito pouco. Não adianta ir lá só na boa e, em caso de mau resultado, descontar atirando sandálias no campo.

A diretoria do Santos precisa resolver esse assunto. Um clube, hoje em dia, não vive apenas de cotas de televisão e de dinheiro de patrocinadores. Precisa estar abraçada à sua torcida.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.