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Muller e Neto exageram com Valdivia. Roger, Belletti e Wiliam: incoerência

Menon

27/11/2014 22h10

Houve um tempo em que eu fui contra ex-jogadores fazendo o papel de jornalistas,  comentando futebol no rádio e na televisão. Era a favor da reserva de mercado. Hoje, já não penso assim. É uma luta inglória, não adianta dar murro em ponta de faca. E, quando vejo amigos jornalistas fazendo o mesmo jogo dos ex-atletas, apostando em brincadeirinhas, piadas, jocosidade, dancinhas, me pergunto qual é a diferença? Aquela rivalidade mentirosa, de um ofendendo o outro…..

Meu protesto é não votar em ex-jogador na premiação da Aceesp. É um direito meu.

Uma confissão, com toda a honestidade: acho que todo comentarista atualmente trabalhando na televisão é melhor do que eu. Não sou um profissional adequado a este meio de comunicação. Prefiro escrever. Aliás, só sei escrever. Por isso, escrevo bem. Rádio, eu adoro. Não tem imagem, é um meio mais solto, quando sou convidado para algum programa, aceito na hora.

Então:

1) Não sou contra a contratação de ex-jogador.

2) Não me considero bom como eles, principalmente quanto à dicção e postura.

Esclarecido? Então, o que vem a seguir não significa inveja de ninguém.

Eu acho que ex-jogadores que se transformam em comentaristas são incoerentes em certos aspectos. Já vi o Belletti e o William, por exemplo, dizerem que os jogadores precisam parar de fingir, de discutir, que precisam ajudar os árbitros. Tudo bem, tudo certo, mas e o que eles faziam em campo? Nunca vi aliviarem a vida de nenhum árbitro. Belletti era o mais esquentadinho. Discutia muito, foi expulso muitas vezes e faz um discurso politicamente correto agora. É lógico que a atitude atual é a correta, mas que fica estranho, fica.

Ah e como fica estranho ver o Roger criticando jogador com postura, digamos, "pouco participativa" em campo. Pouco participativo é um bom eufemismo para preguiçoso, não acham?

E Roger tinha o apelido de Chinelo. É como falar de corda em casa de enforcado.

Muller e Neto fazem de Valdívia a sua vítima preferida. O chileno não tem sido muito constante nos jogos do Palmeiras, mas em 2014 não tem culpa. Provou isso na última entrevista. Não merece ser chamado de "vagabundo" por Muller. Torcidas do São Paulo e do Palmeiras falam coisa muito pior do Muller em seu tempo de jogador. E olha que ele era um craque. Muller jogava muito mais que Valdivia.

Neto também tem sido duro com a assiduidade de Valdivia em campo, mas todo mundo se lembra que o Xodó da Fiel era muito mais roliço em campo do que hoje, usando o microfone.

Enfim, um pouco de coerência não faz mal a ninguém.

O que eu não gosto mesmo é de programa esportivo com gente que se acha a dona da verdade, atirando raios nos pobres mortais, como se fossem Zeus no Olimpo.

Ah, e parafraseando Papai Joel, também não gosto de palhaçadinha. Aí é o departamento de Deníslon.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.