Topo

Menon

Por que não considero Tite a melhor opção para o Corinthians

Menon

11/12/2014 17h32

AMIGOS, NO DIA 21 DE NOVEMBRO PUBLIQUEI UM POST EXPLICANDO PORQUE, EM MINHA OPINIÃO, TITE NÃO ERA A MELHOR OPÇÃO PARA O CORINTHIANS. aGORA, QUE ELE ESTÁ DE VOLTA, PUBLICO NOVAMENTE. nO ÚLTIMO PARÁGRAFO, AS CONTAS SÃO DIFERENTES. A HORA DE TRABALHO SAIRÁ POR r$ 1 MIL.

Tite é o nome favorito para substituir Mano Menezes no Corinthians em 2015. Uma escolha lógica e natural. Com ele, o Corinthians conquistou a Libertadores e o Mundial. Tomou conta de Tóquio e foi falado no mundo inteiro. O clube de raízes brasileiras, o clube do é nois, tá ligado, mano? virou case de organização e de conquistas.

Nada mais normal que volte o comandante de tantas conquistas. Nada mais normal sonhar com a volta de tantas glórias?

Mas é normal o reencontro com velhos amores? É normal trilhar velhos caminhos já conhecidos? Escalar quantas vezes o Everest ou buscar novos desafios, novas conquistas, novas formas de escalada?

Lembremos que após Tite, o Corinthians não ousou. Foi buscar Mano, com quem havia sido feliz. E aí é que o bicho pega. Mano e Tite são água do mesmo rio. São treinadores cautelosos, que montam o time a partir da defesa, que apostam na palavra equilíbrio como um grande dogma. Equilíbrio sempre, cautela eterna, a ponto de impedir Cássio de tentar uma cabeçada aos 47 do segundo tempo em um jogo quase perdido. Cautela que fez Coelho cobrar um pênalti decisivo contra o São Paulo, mesmo com Carlitos Tevez em campo.

O poeta alemão Bertold Brecht disse uma vez uma linda parábola sobre a violência. "Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. Mas ninguém chama violentas às margens que o comprimem".

Eu acho o Corinthians, historicamente, uma força da Natureza. Para explicar melhor, vou buscar na memória o meu amigo Robson Sola, lá na Gazeta Esportiva no final do século passado. Na infância, influenciado por parentes, era palmeirense. Foi então ver um clássico contra o Corinthians. "De um lado, estava Ademir da Guia, um Maestro, um toque de bola incomparável, alguém que leva o time no seu ritmo, alguém que faz a bola girar sem erro Do outro estava Rivellino, um louco magistral, com sua patada, seus arranques, correndo muito, suando, berrando com todos. Ademir era um gênio. Rivellino um gênio maluco. Troquei de time antes do final do primeiro tempo"

Robsinho, que já morreu, sofreria com esse rio represado por estrategistas gaúchos, o que é apenas um coincidência.

E já que falei de Brecht, vamos deixar o post mais chique e beber no velho Marx. "A história se repete como farsa", ele disse. É a história de buscar lembranças no colo do velho amor. Dá certo? Acho que não.

O Corinthians precisa de um técnico que entenda seu estilo histórico. De Se Qui Lí Brio. Jogos ganhos sem mérito, com gols arrancados no finalzinho, com gente jurando que a bola só entrou por causa de seu sopro, de sua oferenda, de sua reza. Vitórias baseadas no inexplicável e na mística de uma camisa sofrida.

Mas, se ideias de Marx são questionadas hoje em dia, pensemos no capitalismo, que ele tanto combateu. Vale a pena pagar R$ 1 milhão (teria sido essa a pedida de Tite) por um treinador. R$ 33,3 MIL POr dia. R$ 1,35 MIL POR HORA? R$ 22,5 reais por MINUTO. SIM, vale a pena pagar R$ 10 por cada xixi do treinador?

O currículo e a ligação amorosa podem dizer que sim. O capitalismo garante que não.

ESTOU NO TWITTER @blogdomenon

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.