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Com Oswaldo, Valdívia perderá protagonismo no Palmeiras

Menon

16/12/2014 13h22

Nos últimos jogos do Brasileiro-14, Jorge Valdivia recebeu tratamento de estrela. Não sei se justo, mas extremamente necessário. Entrou em campo com poucas condições físicas e foi vítima de algumas patadas no jogo contra o Coritiba, foi poupado contra o Inter e jogou meia boca contra o Furacão. Único jogador do elenco com boas condições técnicas, era a esperança de permanência na elite. Era o Palmeiras de Valdivia, com toda a dramaticidade que isso possa carregar.

Agora, não. Com Oswaldo, não. Ele foi direto ao responder minha pergunta. "Você vai começar um trabalho praticamente do zero. Vai construir um time a partir de um jogador, no caso Valdívia, ou vai montar um time mais coletivo"? "No futebol de hoje, não existe espaço para times montados em função de um jogador. Fosse assim, Portugal disputaria o título na última Copa. Fosse assim, a Argentina seria campeã. Quero um time que jogue de forma coletiva, com disciplina tática e que tenha qualidade técnica".

Pouco antes, também respondendo sobre Valdivia, disse que deseja a continuidade de Valdivia, que é um grande jogador, assim como outros do elenco. Assim como outros do elenco. O recado está dado. Deixou claro também que gosta de trabalhar com garotos, mas que um time não vive só disso. Quer jogadores bons, disciplinados e obedientes taticamente. "Pode ser jovem ou veterano, pode ser brasileiro ou austríaco".

Perguntei a Oswaldo também porque ele nos últimos dois anos estava tão exasperado, tão irritado, deixando longe aquela imagem zen dos tempos de Corinthians e São Paulo. Ele fez uma comparação entre uma lagoa tranquila e um mar revolto. "Fiquei cinco anos no Japão, onde tudo é muito organizado, onde no primeiro dia de trabalho já se sabe o que vai acontecer no ano todo e tive dificuldades de me adaptar novamente ao Brasil. Saí de uma lagoa tranquila e caí em um mar revolto".

E agora, está em um tsunami, quis dizer a ele, mas o microfone já estava em outras mãos.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.