San Lorenzo foi mais digno que Santos, Galo e Inter. Mundial precisa mudar
O que falar de um jogo com tamanho desnível técnico? Que, se o San Lorenzo fizesse um, o Real faria dois. Acho que define bem.
O San Lorenzo teve uma postura digna. Apesar de toda a sua fragilidade, impediu o jogo de se transformar em um evento, um show, uma exibição. Foi uma partida de futebol. Não houve vexame como Santos goleado pelo Barcelona e Galo e Inter nem chegando na final.
Mas o mais importante, no meu modo de ver, foi a postura dos argentinos. Não ficaram boquiabertos, não foram tietes, não ficaram pedindo autógrafos, não mendigaram uma camiseta e nem um selfie.
Eu vi isso no Brasil x França de 2006. Intervalo de jogo e a corrida de Robinho e Cicinho para bajular Zidane. Intervalo de jogo e a postura chinfrim. E o Santos, com Neymar e Ganso fazendo de tudo para ganharem um afago de Messi?
Com o San Lorenzo, não. O time se fechou, marcou duro, diminuiu o tempo de bola rolando. É fácil falar em catimba. Eu vejo respeito à camisa, à torcida e ao futebol. O San Lorenzo não esticou um tapete vermelho para CR7 e cia bela desfilarem. Tiveram de correr, tiveram de suar – não todo o jogo, reconheço – e tiveram de dar porrada. Sergio Ramos e Carvajal, por exemplo.
O Mundial precisa mudar. O desnível financeiro é enorme. E isso leva a um desnível técnico abissal. Até 98, havia a proibição de se jogar com mais de três extra comunitários. Nos anos 90, os brasileiros, me parece, iam com mais idade à Europa. Era possível montar grandes times como o São Paulo de Telê, o Palmeiras de 99 e o Vasco, que enfrentou o Real Madrid.
O Corinthians-12 e o São Paulo-05 e o Inter também também foram grandes. Venceram os campeões da Europa.
Agora, para que haja um desafio técnico e tático, seria legal mudar o Mundial. Acho que poderia haver dois europeus e dois sulamericanos. Haveria jogos mais parelhos.
Do jeito que está, pior ficará.
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