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Diretor da Lusa busca 15 jogadores. E avisa que salário pode atrasar

Menon

27/12/2014 13h44

José Roberto Fonseca Jr, vice-presidente de futebol da Portuguesa, é dono de um sinceridade impressionante. Para falar comigo ou com empresários. "Tenho 38 anos e era responsável pela base do clube. Por que você acha que fui escolhido, com um currículo simples e pouca idade para um cargo tão importante? Ninguém queria. Eu aceitei e vou fazer um bom trabalho".

A ideia é manter dez jogadores do atual elenco, contratar outros 15 e completar a lista de 28 exigida pela Federação Paulista com mais três jovens da base. Ele pretende ter 24 nomes definidos até 6 de janeiro, possibilitando ao treinador Aílton Silva um bom tempo de trabalho até a estreia no Paulistão, dia 31 de janeiro ou 1 de fevereiro.

Tudo certinho, mas e o dinheiro? "Consegui já uma verba para pagar os atrasados dos dez que pretendo manter. Estou conversando com eles". E como contratar sem dinheiro? "A camisa da Portuguesa é muito respeitada. Tenho falado isso com vários empresários. Qual vitrine pode ser melhor que a Portuguesa. E, como sou sincero, falo também que vou fazer tudo o que for possível para que não haja atraso de pagamento, mas que não é certeza. Sinceramente, tenho quase certeza que não vai acontecer, mas não quero enganar ninguém."

Roberto brinca e diz que sente uma certa inveja quando lê sobre valores manejados por clubes grandes em contratações. "Ah se eu tivesse metade do que eles tem, seria tão fácil trabalhar". Na verdade, ele, que não cita números nem sob tortura, tem 5% do que o São Paulo tem, por exemplo, em relação a folha salarial, que não vai ultrapassar R$ 500 mil mensais.

A meta é ter um time unido e forte, que fique longe do pesadelo de um novo rebaixamento e que, eventualmente, possa chegar á segunda fase, entre os oito classificados. Para isso, confia muito no treinador Aílton Silva. "Ele não tem grandes resultados, mas vai fazer o trabalho da vida dele. É um treinador muito bom, que muda o posicionamento tático do time sem fazer substituições. Ele conhece muitos jogadores do interior e que disputaram a Serie C. São jogadores alternativos e que vão render bem". Roberto desmente que Aílton fosse o plano C do presidente Ilídio Lico. "Ele nunca me falou isso. E está contente com a definição do Aílton Silva".

Além dos "alternativos" de Aílton, Roberto tem procurado clubes grandes para a cessão de jogadores que não são utilizados. A Portuguesa se propõe a pagar uma parcela do salário, desde que não extrapole o magro orçamento. "Não queremos também jogadores que estejam parados. Fizemos isso em 2014 e não deu certo. O time ficou na mão".

Ele lamenta a perda do lateral Bruno Ferreira, que fez algumas boas partidas no final do ano e se transferiu para o Vasco. "Temos de ter mais cuidado com a base. Não podemos deixar para resolver renovação de contrato quando está acabando. Fizemos isso com o Bruno e ainda teve uma certa malandragem do empresário que prometeu renovar e sumiu. Com uma situação assim, indefinida, nunca deveriam ter escalado o garoto. Aproveitou a vitrine, jogou bem e foi embora. Se não tivesse sido escalado, ainda estaria aqui."

Roberto promete novidades para terça-feira. "Já teremos nomes para anunciar. Estamos trabalhando muito".

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.