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Tiago Mendes e Santos retratam fielmente a decadência do futebol brasileiro

Menon

14/01/2015 18h07

A entrevista de Tiago Mendes – a primeira como jogador do São Paulo – é esclarecedora do que se passa hoje no Brasil. Ele assinou contrato por cinco anos. E, em sua chegada a um dos maiores clubes do mundo, diz, sem tirar nem por, sem vacilo algum diz que sonha em não cumprir o contrato. Quer fazer uma ou duas temporadas e ir para a Europa. E esse tipo de declaração não causa espanto. É o caminho. Todos querem sair.

O jogador quer sair. Os empresários que tem 60% dos seus direitos, querem que saia. O São Paulo, que o contratou, quer que saia. Assim, lucrará um pouco em cima dos R$ 6 milhões que pagou por 40% de seus direitos.

E, se daqui a um ou dois anos, quando houver uma oferta, o São Paulo não concordar com o valor oferecido? Sabe o que ocorrerá? Tiago Mendes vai sair do mesmo jeito. Quem manda é o empresário. Ele decide o que for melhor para o jogador. E principalmente para ele mesmo. Soberano é o empresário e não o clube. Se ele quiser que o jogador saia, basta não aparecer no treino, basta fazer bico, basta querer.

Ronaldo Fenômeno, grande craque do futebol, disse, quando já estava pendurando as chuteiras que "quando um jogador quer sair, não há quem segure". E é verdade.

E como um torcedor pode se apaixonar por um jogador que assina por cinco anos e deseja sair em um ano? E que sairá com as bênçãos do clube?

Márcio Trevisan, um amigo que tenho desde o início dos 90, quando estávamos em A Gazeta Esportiva, tinha a teoria que a Portuguesa nunca alcançaria os outros grandes por uma questão muito simples: "Quando o jogador pisa no Canindé pela primeira vez ele já pensa no dia que vai sair", disse o Trevisan, que tem o site www.senhorpalmeiras.com.br

Pois é. Todos são Portuguesa. Bem, a diferença persiste por um motivo simples: a Portuguesa entrou em um poço que parece sem fundo.

E, como exigir respeito de jogadores, se diretores e dirigentes agem como herdeiros sem talento em noitadas sem fim. Sabem aqueles que terminam com a herança recebida dos pais que trabalharam a vida toda?

É o que se passa no Santos.

O clube de Pelé, de Neymar e de tantos outros está perdendo jogadores diariamente. Perdendo na Justiça por atraso de salários. Não sou saudosista, podem ter certeza, mas me dói ver o clube de Carlos Alberto Torres ser acionado na Justiça por…Mena. O time de Coutinho dever dinheiro para um poste como Leandro Damião. O time eu revelou Robinho dever tanto dinheiro a…Robinho.

 

 

 

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.