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Como fugir do clichê? Dilma tabelou com o Bom Senso e fez um golaço

Menon

20/01/2015 09h29

A presidenta Dilma Rousseff cumpriu o que se esperava dela. Manteve a palavra empenhada em reuniões com os representantes do Bom Senso F.C e vetou o artigo 141 da Medida Provisória 656 que dava aos clubes brasileiros – uma vez mais – a possibilidade de refinanciamento de suas dívidas com a União. O prazo seria de 20 anos. E como nas vezes anteriores, não precisavam dar contrapartida alguma a sociedade. Seria um passe livre para a continuidade da forma como gerem a paixão nacional, pensando sempre de forma apaixonada. Ou seria irresponsável? Que tal malandra?

A mamata previa que a divida de R$ 4 bilhões poderia ter ainda descontos de até 50% em juros e 70% em multas. Coisa de mãe para filho. Mãe República.

Para vetar o artigo, Dilma disse que ele não satisfazia o consenso que conseguiu em reuniões com representantes de clubes, atletas e entidades desportivas, sempre buscando a modernização do futebol brasileiro.

O veto de Dilma já havia sido antecipado em entrevista de George Hilton, novo ministro do Esporte. Ele disse que o governo exige o fim de salários atrasados, acenando com a possibilidade de pontos perdidos e rebaixamento para quem não estiver com impostos em dia.

A atitude de Dilma, que tem tomados medidas impopulares, foi um basta à impunidade. Os dirigentes tratam seus clubes de maneira muito diferente do que fariam com uma empresa em que tivessem interesses. Fazem loucuras, administram mal e mandam a conta para a sociedade.

O Bom Senso F.C sai fortalecido também. Afirma-se como interlocutor do governo em um assunto fundamental, deixando para trás sindicatos pelegos. Agora, lutarão pelo fair-play financeiro.

Entre os pleitos do Bom Senso, há um que não me agrada. Pede a obrigatoriedade da presença de ex-atletas em diretorias dos clubes. Como se essa espécie de cotas fosse certeza de melhoria de dirigentes. Lembremos de Roberto Dinamite.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.