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Lusa aposta no marrento Rudy Cardoso e no amor da colônia portuguesa

Menon

28/01/2015 16h03

O marketing da Portuguesa está de olho nos 380 mil bolivianos que vivem em São Paulo. Pensa em atrair pelo menos 1% deles para uma  versão mais popular do sócio

torcedor, em torno de R$ 15 mensais.

rudyE aposta, para isso, no carisma de Rudy Cardozo, jogador de 27 partidas e três gols para a seleção boliviana e aposta para o campeonato paulista. "Vamos fazer uma ação de marketing na feira dos bolivianos, perto do Canindé. Cardozo está animado e pretende nos ajudar com uma sessão de autógrafos lá", conta Armando Costa Gonçalves, vice-presidente de marketing da Lusa.

Cardozo é muito temperamental. No final do ano passado, agrediu violentamente a Vladimir Sória, auxiliar de Xavier Azkargorta, treinado do Bolivar, que Rudy

defendia. A briga foi após um 6 a 1 sobre o San Jose, com um gol marcado por Cardozo. Segundo Soria, ele teria recebidosoria um pontapé pelas costas e, depois de caído, um outro no nariz, o que ocasionou fratura dupla.

Dias depois, agredido e agressor deram as mãos em público, mas o currículo de Soria pesou na reação da torcida. Volante de boa técnica para os padrões bolivianos, Soria formou o "quadrado mágico" da seleção de 1997, vice-campeã da Copa América. Seus companheiros eram Baldvieso, Platini Sanchez e Diablo Etcheverry.  Torcedores do Bolivar fizeram abaixo-assinado pela saída de Rudy Cardozo, que chegou à Lusa. "Apesar de temperamental, confiamos muito em seu futebol", diz Armando. "Pena que o Arsenal não permitiu que o outro boliviano, Samuel Galindo, continuasse. Seria uma promoção dupla", completa.

O enfoque na colônia boliviana é um dos atos do marketing de guerrilha da Portuguesa. Em um ano de retração de economia e com péssimos resultados futebolísticos, a

marca Portuguesa se viu muito desgastada. "Chegamos a receber proposta indecente de R$ 10 mil mensais por uma manga de camisa. É melhor ficar sem para reposicionar a marca depois", diz Armando.

O foco é na colônia portuguesa. A diretoria está em contato direto com o sindicato de panificação, que engloba 5200 padeiros, 90% descendentes de portugueses e 70%

torcedores da Lusa. A aproximação é emocional. O pedido é de ajuda para o time da colônia. "Há empresas que não são líderes de mercado e que desejam um posicionamento melhor com os padeiros. Nessa negociação, queremos conseguir alguns patrocinadores", conta Armando. Os números são pequenos quando se fala dos grandes. O patrocínio máster é de R$ 250 mil por mês. "Se não der, vamos tentar quatro ou cinco menores de R$ 50 mil", diz o vice-presidente.

A Pulse, nova fornecedora de camisas pagou R$ 400 mil de luvas para a Portuguesa, o suficiente para um mês de folha salarial. Paga ainda um valor mensal e forneceu 8500 uniformes completos, para jogadores e comissão técnica.

Sem dinheiro, a Portuguesa recorre a uma certa autofagia para sobreviver. Vendeu 40% dos direitos do lateral/meia Jean Mota e está negociando também o volante

Renan. O dinheiro serve para que os salários não atrasem.

Além disso, segundo Armando Costa Gonçalves, os contratos com empresários foram muito bem feitos. Caso algum jogador de empresário se destaque e seja cedido a outro clube, a Portuguesa receberá parte do valor. "Nosso time está formado com jogadores muito interessados em vencer. Acredito que vamos passar por esse mau momento e chegar na Série C em melhor situação", diz Armando, 49 anos, formado em comunicação social, com pós graduação em marketing e MBA em gestão de negócios.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.