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Toloi perde o ônibus e destroi castelo de cartas do São Paulo

Menon

01/04/2015 22h03

Fica parado. Só cerca. Não entra seco na jogada. Meus colegas de pelada lá em Aguaí, há 50 anos, ficavam roucos tentando me ensinar a ter um posicionamento decente na rua General Osorio, onde a bola corria. Eu era dono da bola. E nunca aprendi o posicionamento.

Rafael Toloi também não. Cauterucccio deve agradecer a ele pela facilidade dada e pelo chapéu conseguido. E Reinaldo ficou olhando. Um lance que determinou a vitória do San  Lorenzo em um jogo que parecia sob controle.

Apenas parecia. Realmente, o São Paulo tinha um bom posicionamento em bola aérea e Hudson marcava muito bem pela direita. Mas havia tres problemas: o San Lorenzo tinha muita facilidade para cruzar. Reinaldo era uma avenida. E, o pior deles, não havia contra-ataque.

O empate tinha a fragilidade de um castelo de cartas montado perto de uma janela aberta em dia de vento.

Michel Bastos, Ganso e Pato jogavam muito mal. Allan Kardec ajudava na frente e atrás.

Então, o time jogava apenas em sua área. Como aguentar tanto tempo assim?

Com a saída de Kardec, Centurión deu velocidade ao time e fez com que Buffarin, o lateral que avançava muito, ficasse atrás, mais preocupado com a marcação. Foi um bom início, marcando mais à frente.

Até que Rafael Toloi fez a bobagem. Algo que, se não é comum, também não causa susto algum.

Então, é hora de pensar na montagem do elenco: os dois laterais contratados – Bruno e Carlinhos – não agradam. Reinaldo não é jogador para o São Paulo. Lucão, que jogou muito bem, é um garoto. E Toloi é Toloi.

Acrescente a esta receita mais uma partida ruim do trio Ganso, Pato e Michel Bastos.

Muricy poderia ter posto Boschilia junto com Ewandro, assim que sofreu o gol. Morreu com uma carta na mão.

O São Paulo de Muricy perdeu as características antigas dos times do treinador: garra, bola alta, contra-ataque. É um time amorfo, que aposta no toque de bola sem sal e sem açúcar.

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.