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Aidar: um ano de factóides e de boas contratações. Que nota você daria?

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15/04/2015 10h26

Carlos Miguel Aidar completa um ano à frente do São Paulo. Tem ainda mais dois a cumprir e a possibilidade da reeleição. Tempo para melhorar o que foi feito até agora. Há pouco o que se orgulhar.

De positivo, as contratações, mesmo que não tenham dado certo. A culpa não é dele se Bruno mostrou-se uma avenida e se Carlinhos mostra pouca força física. Eles foram pedidos por Muricy e contratados. Aidar fez sua parte, como fez com Doria. Aqui, parece ter havido um erro de avaliação de Ataíde Gil Guerreiro. Fixou-se em um nome jovem, não queria veteranos e trouxe um jogador de 20 anos, que não jogava há seis meses, para um contrato que nem prevê sua permanência até o final da Libertadores. Oras, se o caso era de urgência, para pouco tempo, por que não um veterano?

O grande mérito em termos de contratação foi a chegada de Allan Kardec. Uma jogada ousada e que não merece nenhum reparo ético. Quando falam em ética, o que se diz é que um clube não deve concorrer com outro na busca se um atleta que pertence a um terceiro. Ora, a união de empregadores contra empregados.

Aidar fez mudanças em Cotia. Colocou como gerente Júnior Chávare, que se notabilizou no Grêmio por contratar jovens jogadores que se adaptaram rapidamente ao time titular. Alguns foram vendidos para a Europa. Ainda não houve frutos no trabalho. Ainda é cedo.

E justamente no caso de Cotia apareceu o pior Carlos Miguel Aidar. Seu rompimento com Juvenal Juvêncio foi um chute em toda ética que deve permear as relações humanas. Juvenal não é santo e não deve ser fácil conviver com alguém com tanta personalidade, mas a sua demissão poderia ter sido feita com decência. Uma conversa cara a cara e não precedida de uma entrevista cheia de críticas como foi. Requinte de crueldade. Falta de traquejo político e que deu munição a Juvenal para amplificar suas mágoas.

Criador e criatura estiveram  juntos para fazer mal ao clube.

Aidar conseguiu também elevar a rejeição ao São Paulo. Não sei se foi de caso pensado, não sei se estava falando internamente para sua torcida, mas dizer que o Palmeiras estava se apequenando, dizer que Paulo Nobre é juvenil, dizer que Itaquera é outro mundo, dizer que o Napoli tem dinheiro da Máfia serviu apenas para carregar a tal imagem de Soberano que muitos torcedores não aceitam mais.

E, ao fazer isso, Carlos Miguel Aidar enterrou seus próprios planos de liderar os clubes brasileiros, como fez em 1987. Ao perceber isso, agiu novamente como criança mimada e disse que o nível dos atuais dirigentes é muito baixo.

Um ano depois da posse:

1) Prometeu um estádio novo e disse que se mataria se não aprovasse o projeto de reformas em três meses. Está vivinho e nada de aprovação. Mesmo com a oposição cabendo em uma Kombi, como insinuou. Agora, diz que tem novo projeto.

2) O time entra em uma semana decisiva sem treinador.

3) O programa sócio torcedor não deslancha. Palmeiras, o que se apequenou, está muito à frente.

4) Não consegue facilitar a compra de ingressos para torcedores. Houve jogos em que cartão de crédito e débito não eram aceitos.

5) Não consegue incentivar a torcida a ir ao Morumbi.

Aidar disse que implantaria um modelo de gestão em que os diretores seriam analisados através de um semáforo imaginário, com luzes verde, amarela e vermelha.

Que cor daria à sua própria gestão?

E vocês?

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Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.