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Menon

Santos contemporâneo vai a final depois de vencer time do século passado

Menon

20/04/2015 00h18

Santos e Palmeiras farão uma final que pode ter, possivelmente terá, convicções futebolísticas semelhantes: a busca pela bola, a vontade de dominar taticamente o jogo, a proximidade vertical e lateral, jogadores agrupados, além de bom preparo físico.

Para chegar à final, o Santos, que foi o melhor time do mundo nos anos 60, passou por um adversário daquela época. O São Paulo abdica da velocidade em troca de um estilo lento, com um classicismo que não cabe mais. Basta dizer que o gol de Luís Fabiano, já no final do jogo, veio no primeiro chute a gol do São Paulo.

O primeiro gol, de Geuvânio, mostra a diferença entre os time. Geuvânio pegou a bola em seu campo, após um passe curto de Pato e caminhou 57 metros com a bola. Não foi parado. Não sofreu falta. Foi indo e se viu à frente de Ceni. Um lindo gol que um time atual não permitiria.

Com o gol, o Santos recuou. Mas foi um recuo estratégico. Mortal para o rival. Bem fechado atrás e pronto para o contra-ataque. Uma postura facilitada pelo São Paulo, que não tem jogadas de profundidade. Nesse aspecto, considerei a entrada de Luís Fabiano um erro. Centurión poderia facilitar a abertura da defesa santista.

E veio o segundo gol do Santos. Uma bela troca de passes envolvendo uma defesa muito fraca. Sem querer desmerecer o gol, que foi bonito, teve toda a pinta de final de pelada. Na praia.

Dizem que futebol não tem lógica, mas:

1) defesa com Paulo Miranda, Toloi, Lucão e Carlinhos…..

2) Centroavante é centroavante. Mesmo vindo de contusão, mesmo já estando em final de carreira, mesmo sem velocidade. Luís Fabiano foi perfeito na definição.

Agora, o Santos se prepara para uma final contra um time do século 21. E o São Paulo precisa vencer outro time do século 21 para continuar na Libertadores. Empate é suicídio.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.