Centurión tem tudo para ser o novo ídolo do São Paulo. Com marra e carisma
Apenas o nome de Rogério Ceni foi mais aplaudido que o de Centurión quando o locutor do Morumbi anunciou a escalação do São Paulo. Depois dos dois, o de Muricy. O que mostra que o argentino já era amado antes de fazer seu terceiro gol pelo São Paulo. O terceiro, de cabeça. O terceiro depois dos 35 minutos do segundo tempo.
Dos três, apenas o de estreia não foi decisivo. Foi o quinto contra o Bragantino. Depois, o da virada contra o Danúbio, pelo lado direito do ataque. Um gol que colocou o São Paulo de novo na briga. E agora, mais um gol sinônimo de vitória. Sinônimo de esperança. O São Paulo, graças à cabeçada voadora na esquerda – ele havia cabeceado assim contra o San Lorenzo, mas a trave impediu o gol, vai com vantagem para a decisão em Minas. Deu um passo para chegar às quartas-de-final do torneio que sua torcida mais ama.
Centurión é ainda um jogador em formação. Ele erra muitos passes e não finaliza a contento. Fez boas jogadas pelos lados do campo, mas em vez de entrar com tudo em diagonal – como Muller fazia no inicio da carreira – tentava o passe que não saia muito bem. O que tem, então, para ser ídolo? Tem bom passe curto, o que propicia tabelas pelo meio, tem coragem, tem marra, encara quem vier. O nome é carisma.
Ele resolveu um jogo duro. Um belo jogo. O São Paulo começou com tudo, com muita velocidade, marcando no campo do rival. Buscava desesperadamente o primeiro gol. Desesperadamente demais. Faltava um pouco de toque, um pouco de calma e muitas jogadas pelos lados. Bruno começou bem, mas não se manteve.
O Cruzeiro acalmou o jogo e terminou o primeiro tempo dominando o São Paulo.
No segundo, os mineiros armaram muito bem o contra-ataque. Atrás, mas prontos a surpreender, com Marquinhos.
Com 30 minutos e sem gols, era possível pensar em dois times satisfeitos, mas não. A busca pelo gol era incessante.
Fábio pegou muito. Impediu o primeiro gol, o segundo gol, o terceiro gol… Mas havia um Centurión com sua cabeça salvadora. Como um soldado romano, espetou a bola com precisão. Não deu para Fábio, o ídolo do Cruzeiro. Foi gol do novo ídolo tricolor.
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