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Centurión tem tudo para ser o novo ídolo do São Paulo. Com marra e carisma

Menon

07/05/2015 00h20

Apenas o nome de Rogério Ceni foi mais aplaudido que o de Centurión quando o locutor do Morumbi anunciou a escalação do São Paulo. Depois dos dois, o de Muricy. O que mostra que o argentino já era amado antes de fazer seu terceiro gol pelo São Paulo. O terceiro, de cabeça. O terceiro depois dos 35 minutos do segundo tempo.

Dos três, apenas o de estreia não foi decisivo. Foi o quinto contra o Bragantino. Depois, o da virada contra o Danúbio, pelo lado direito do ataque. Um gol que colocou o São Paulo de novo na briga. E agora, mais um gol sinônimo de vitória. Sinônimo de esperança. O São Paulo, graças à cabeçada voadora na esquerda – ele havia cabeceado assim contra o San Lorenzo, mas a trave impediu o gol, vai com vantagem para a decisão em Minas. Deu um passo para chegar às quartas-de-final do torneio que sua torcida mais ama.

Centurión é ainda um jogador em formação. Ele erra muitos passes e não finaliza a contento. Fez boas jogadas pelos lados do campo, mas em vez de entrar com tudo em diagonal – como Muller fazia no inicio da carreira – tentava o passe que não saia muito bem. O que tem, então, para ser ídolo? Tem bom passe curto, o que propicia tabelas pelo meio, tem coragem, tem marra, encara quem vier. O nome é carisma.

Ele resolveu um jogo duro. Um belo jogo. O São Paulo começou com tudo, com muita velocidade, marcando no campo do rival. Buscava desesperadamente o primeiro gol. Desesperadamente demais. Faltava um pouco de toque, um pouco de calma e muitas jogadas pelos lados. Bruno começou bem, mas não se manteve.

O Cruzeiro acalmou o jogo e terminou o primeiro tempo dominando o São Paulo.

No segundo, os mineiros armaram muito bem o contra-ataque. Atrás, mas prontos a surpreender, com Marquinhos.

Com 30 minutos e sem gols, era possível pensar em dois times satisfeitos, mas não. A busca pelo gol era incessante.

Fábio pegou muito. Impediu o primeiro gol, o segundo gol, o terceiro gol… Mas havia um Centurión com sua cabeça salvadora. Como um soldado romano, espetou a bola com precisão. Não deu para Fábio, o ídolo do Cruzeiro. Foi gol do novo ídolo tricolor.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.