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Sem Pato, sem título. Base do São Paulo não está pronta

Menon

25/06/2015 11h48

A saída de Pato é uma possibilidade concreta. O Corinthians tem proposta de 9 milhões de euros e o São Paulo não exercerá o seu direito de comprar o jogador, informam os repórteres Diego Salgado e Dassler Marques. Pato não é e nunca será o jogador que se acreditava que seria. Não confirmou as expectativas. Não é unanimidade no clube, apesar de ser o artilheiro do ano. Mas é fundamental para o sonho de título.

O Brasileiro é maratona. É campeonato para elenco forte e não para time forte. Com Pato, Kardec e Luís Fabiano, o São Paulo estava preparado para enfrentar contusões, suspensões e até a saída de algum de seus artilheiros. Talvez nenhum deles fosse o artilheiro do Brasileiro, mas sempre haveria alguém de bom nível em campo.

Com a contusão de Kardec e a saída de Pato, se acontecer, o São Paulo ficará apenas com Luís Fabiano. Um matador, um especialista, mas já sem muita velocidade. E, se a idade tirou a capacidade de arranque, não lhe deu serenidade. O Fabuloso sempre é uma vítima potencial de amarelos e vermelhos.

Quem jogaria?

O torcedor do São Paulo é fanático por Cotia. Um amor exagerado, apesar dos milhões – Lucas, Casemiro, Rodrigo Caio, Bruno Uvini, Lucas Piazon, só para falar de 2010 para cá – que a base mandou para a contabilidade do clube. Para o são-paulino, exceção é regra. Ele acredita que brota jogador em Cotia. Que é só passar por lá e, como quem vai ao supermercado, trazer um beque, dois volantes e um centroavante. Dois paster e um cardo de cana.

Chora até hoje a falta de oportunidade para craques como Lucas Faria, Henrique Miranda, Diogo, Luiz Eduardo, Cazumba, Sérgio Mota etc.

E acredita que a solução para a saída de Pato é João Paulo. Ou Joanderson. Ou Luiz Araújo. Ewandro, talvez.

Não é. São jogadores que merecem uma oportunidade, merecem entrar um pouco, esquentar banco, mas não serão a solução. Estou falando de títulos.

A base pode ter a solução para a saída de Denílson. João Schmidt fez um bom campeonato português e pode assumir a bronca, ao lado de Hudson ou de Souza, mais recuado.

Para a zaga, não tem solução. Se Dória sair, o São Paulo ficará com Lucão, Toloi e Edson Silva. Como jogar com três zagueiros? Como enfrentar suspensões e contusões?

O São Paulo tem CEO.

O São Paulo tem parceria com o Tampa.

O São Paulo não tem zaga. E pode ficar sem atacante.

Já vi muito time ser campeão sem CEO. Já vi muito time ser campeão sem parceria com time norte-americano.

Nunca vi time ser campeão brasileiro sem atacante, sem zagueiro, sem elenco.

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.