Topo

Menon

Capetinha: 45 anos de dribles, gols, amor, polêmica e ódio

Menon

17/09/2015 15h30

O baiano Edílson Ferreira da Silva completa 45 anos hoje, 17 de setembro.

Um capetinha que não passou em branco pelo futebol. Escreveu uma história polêmica, com dribles, gols, amor, ódio e muita polêmica.

A primeira vez em que se ouviu seu nome foi em 1992, quando, jogando pelo Guarani, fez o Palmeiras de vítima. Na primeira fase do campeonato, fez um gol na vitória por 3 a 2. Na semifinal, fez dois na goleada por 5 a 2.

Se impediu o título palmeirense, no ano seguinte foi destaque nas conquistas que começaram a se acumular. Ao lado de Edmundo e Evair, ganhou o paulista, o Rio-São Paulo e o Brasileiro.

No ano seguinte, foi bicampeão paulista, mas era reserva. Perdeu o lugar com a chegada de Rincon. Voltou ao time após suspensão de Edmundo.

Foi para o Benfica e no ano seguinte, voltou ao Palmeiras, para, com Cafu, Muller e Rivaldo ser eliminado pelo Grêmio, na Libertadores.

No ano seguinte, foi para o Kashiwa Reysol, no Japão. E, em 1997, Edílson voltou ao Brasil. Para o Corinthians, eterno rival do Palmeiras.

E foi ele, o pequenino de 1,68m, autor do lance que mais atiçou a rivalidade nos mais de cem anos dos grandes clubes.

Na final do Paulista, com o jogo ganho, parou no meio do campo e começou a fazer embaixadinhas. Foi o estopim de uma batalha campal.

No ano seguinte, foi fundamental na conquista do título mundial. Deu uma caneta histórica em Karembeu, do Real Madrid.

E deixou o Corinthians ao não aceitar ameaças físicas de alguns torcedores.

Foi para o Flamengo e disputou a Copa do Mundo de 2002. Jogou ainda no Cruzeiro, voltou ao Kashiwa Reysol, ao Flamengo e em 2004 estava no Vitória.

Sua participação nas quartas-de-final da Copa do Brasil foi um dos raros momentos em que o Capetinha se tornou unanimidade nacional.

O adversário seria o Corinthians. Na véspera, Edílson perdeu o irmão em um acidente de carro. Deixou a concentração, foi para o velório e, para surpresa de todos, apareceu na hora do jogo.

Entrou e jogou. A televisão mostrava seu choro constante durante a partida.

Depois, jogou ainda pelo Al Ain, Vasco, São Caetano, Vitória novamente e Bahia. Terminou a carreira e, depois disso foi lembrado em dois momentos constrangedores. Em 2010, foi preso por não pagar pensão alimentícia. Deixou a cadeia após o pagamento de R$ 102 mil.

E agora, na véspera do aniversário, foi depor na polícia de Salvador por um suposto envolvimento em golpe na loteria esportiva.

É a operação Desventura.

Um nome que não reflete a carreira de Edílson, o Capetinha.

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.