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Carlos Miguel cobriu o Morumbi. De vergonha

Menon

24/09/2015 11h41

O caso Iago Maidana é um tiro de canhão na frágil credibilidade são-paulina. Ele passa a impressão, para o mercado, para o mundo futebolístico, de que não há nada feito às claras no São Paulo. Tudo é coberto de dúvidas, de incertezas, uma névoa em vez de transparência.

O presidente Carlos Miguel Aidar diz que o clube não sabia que Iago Maidana pertencia ao Criciúma. Só se ele não não soubesse, o que o tornaria um torcedor muito desinformado. A imprensa noticiava há tempos que o São Paulo tinha interesse no jogador. Jornais e sites de Criciúma apontavam para uma negociação iminente.

Ele diz que não sabia. Quem quiser, acredite.

Mas, pensemos que é verdade. O São Paulo não sabia? E comprou o jogador dois dias depois e ele deixar Santa Catarina para ir a um tal de Monte Cristo, com dinheiro bancado pelo Itaquerão Soccer?

Itaquera é outro mundo, já dizia Carlos Miguel Aidar.

E os valores?

O Itaquerão diz que pagou R$ 800 mil ao Criciúma. O Criciúma diz que recebeu R$ 400 mil. O São Paulo pagou R$ 2 milhões ao Itaquerão. Por 60% dos direitos.

Ou seja, se o São Paulo soubesse que o jogador era do Criciúma, teria pago quatro vezes menos.

E, se não sabia, como ficou conhecendo Iago Maidana?

Só há um meio. Alguém chegou ao clube e disse: há um bom zagueiro em um clube da terceira divisão de Goiás, acabou de chegar de Criciúma.

Legal, vamos ver.

E tudo é visto em dois dias. O cara é analisado, aprovado e contratado em dois dias?

Desculpe, mas é difícil acreditar.

No mínimo, é incompetência.

No máximo, é ladroagem.

Entre um e outro, o clube fica sob suspeita.

Quem vai patrocinar, quem vai fazer negócios com um clube que, a cada dia, convive com nebulosas transações.

Os tais 20% de comissão para Cinira Maturana, namorada do presidente

Os tais 15% da Far East

Carlos Miguel conseguiu que o nome do São Paulo, um dos gigantes do futebol mundial, fosse associado não ao seu passado de glórias, mas há um presente nebuloso e um futuro incerto.

Hoje, graças ao atual presidente, a percepção – talvez injusta – é que o São Paulo não é mais o clube de Leônidas da Silva, de Raí, de Telê, de Sastre, de Ceni, de Cícero….

Hoje, o São Paulo é o clube da Cinira.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.