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Morumbi faz 55 anos e a nostalgia toma conta do blog

Menon

02/10/2015 18h04

estadio-do-morumbi-cena-do-documentario-vilanova-artigas-o-arquiteto-e-a-luz-dirigido-por-laura-artigas-com-pedro-gorski-1435179361772_615x300 Morumbi foi projetado pelo renomado arquiteto Vilanova Artigas

A Kombi vinha sempre cheia: Adolpho Simon, Zito Celia, Rodolfo Alonso, prof Luiz Carlos e seu filho gordinho. Havia outros, mas estes eram mais fixos. A viagem  ao Morumbi era longa – mais de 200 quilômetros – mas valia a pena.

Quantos e quantos craques! Houve uma época em que os craques se chamavam Ademir da Guia, Pedro Rocha, Roberto Rivellino, Enéas e um tal Pelé. Foi por aí, no início dos 70, que o professor e seu pai morreram, praticamente juntos. Uma semana de diferença. Já não havia Kombi e o gordinho foi morar longe, la em Lins.

A volta ao Morumbi foi como profissional de imprensa. E tome craques: Edmundo, Cerezo, Zinho, Neto, Emerson, Cesar, Evair, Viola, Paulo Sérgio, Zetti, Raí, Ronaldo….

Não é saudosismo, é apenas uma realidade: os jogadores demoravam muito para irem à Europa. Zito, Sócrates, Júnior eram trintões ou quase isso quando saíram…

Hoje, o Morumbi, palco de tantos craques e tantas decisões completa 55 anos. Para mim, indiscutivelmente é o mais belo estádio paulista e isso não tem a ver com a questão afetiva. É pela engenharia mesmo, Vilanova Artigas era um gênio.

Está ultrapassado o velho Morumbi. Os novos estádios agora se chama arenas. Os times entram juntos, há um monte de frescura…

Foi resolvido que a bunda do cidadão brasileiro mede tanto e a partir disso, os estádios encolheram. Agora, você pode ira ao campo e se sentar. Só que pouca gente vai. Não é como antes, quando mais de 100 mil pessoas viram São Paulo x Operário, por exemplo.

O Morumbi não é moderno. O futebol de hoje é. Não tem mais pernil. Não tem mais bandeira, não tem mais cerveja…

Com toda sua velhice, com todos seus problemas, o Morumbi fica como lembrança de uma época em que as pessoas discutiam civilizadamente com os amigos a respeito de ídolos. De jogadores de futebol. Hoje ultrapassado, ele vê amigos se atracando porque "meu dirigente é melhor que o seu, minha gestão é melhor que a sua, meu isso é melhor que o seu aquilo".

Futebol continua sendo paixão. O Morumbi é a testemunha de uma época mais romântica. E que a bola continue rolando sempre….

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.