Casal de Rey: "não serei candidato, não quero ser desleal com o clube"
Fernando Casal de Rey, presidente do São Paulo de 1994 a 1998, é cotado como um potencial candidato à eleição do São Paulo. Alguém com força para rivalizar com a candidatura de Leco. Uma possibilidade que ele nega, em conversa com o blog.
O senhor será candidato?
Não. O São Paulo vive um momento muito difícil e o presidente precisa se doar muito ao clube. Precisa estar presente em todos os momentos e precisa comandar, embora haja muitos diretores. Eu não tenho esse tempo. Por vaidade, não seria desleal com o clube.
Haverá uma outra chapa?
Acho muito difícil. É uma possibilidade muito remota, embora ainda tenha gente conversando e se articulando. Mas a falta de tempo torna difícil a montagem da chapa?
Falta de tempo?
Sim. O Leco marcou as eleições para 15 dias. Poderia ter marcado para um mês, com muito mais tempo para que o assunto fosse discutido. Ele mesmo teria tempo para fazer sua campana, para expor sua plataforma, para dizer o que vai fazer. Preferiu por outro caminho, que eu não acho o melhor.
Se não houver outra chapa, o senhor vota nele?
Muito difícil, justamente por isso que falei. Não se sabe o que ele pretende fazer. Por que votaria nele, ainda mais se pensarmos que é uma candidatura oriunda do mesmo grupo do Carlos Miguel, candidatura a quem me opus.
O senhor estava com o Kalil Rocha Abdalla….
Sim. E como foi importante ter duas chapas. Se não houvesse uma oposição forte, talvez tudo o que está aparecendo de errado continuasse escondido. O próximo presidente precisa abrir essa caixa-preta, precisa de uma auditoria realista e transparente. O que se passava na cabeça dessas pessoas que fizeram isso com o São Paulo?
O senhor se prejudicou financeiramente ao ser presidente do clube?
Houve sequelas, sim. Minha empresa é a Vidraçaria Piratininga e eu me afastei dela naquele período. Meus dois filhos trabalharam muito, fizeram tudo o que era necessário, mas faltava o comandante, que estava dirigindo o São Paulo. E hoje, meus filhos cuidam de seus negócios. Nem poderiam me ajudar da mesma maneira que fizeram da primeira vez. E houve também um inconveniente pessoal. Não pude acompanhar da forma necessária o crescimento de meu filho mais novo.
Diga uma coisa importante a ser feita no São Paulo?
É necessário acabar com tanta divisão, com tanto grupo. O novo presidente precisa escolher os melhores, os mais capazes e os que tem mais tempo para o clube, independentemente de tanta divisão. Só assim vai haver pacificação.
ess
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