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André Henning: "A Champions será mais bem tratada agora do que na ESPN"

Menon

03/11/2015 13h12

O blog conversou com André Henning, narrador do Esporte Interativo que tem os direitos de transmissão da Liga dos Campeões até 2017.

Depois de muito tempo na ESPN, a Liga dos Campeões chega ao Esporte Interativo. Muita gente, nas redes sociais, se diz preocupada com o tratamento que o evento vai receber na nova casa. O que você acha?

Vai ser muito melhor aqui que na ESPN. Uefa não é boba e não aceitaria a troca se não confiasse no nosso trabalho. E é bom lembrar que a gente faz a Champions há seis anos, com direito a um jogo por rodada. Agora, vamos fazer todos os jogos. Temos capacidade. Temos oito correspondentes na Europa, ninguém teve isso antes. Eles estão no treino do Barça, no CT do Ral, na coletiva do Bayern. Quem fez isso antes?

O que você diria para quem acompanhava a Liga na ESPN?

Pediria um voto de confiança. Se você não gosta, conheça, veja, preste atenção, analise, não vai se arrepender. Não vamos dever nada a ninguém, estamos preparados para fazer a melhor cobertura. A era da ESPN foi ótima, respeito o trabalho feito, mas agora começou o nosso.

Houve atrito entre você e o Paulo Andrade, pelo twittter?

Olha, eu conheço muita gente da ESPN, sou amigo deles. Vou na padaria lá perto, encontro o Calçade, o Plilhal, o João Canalha. Temos boa relação, batemos papo. Outro dia, vi o Alex e ele fez muita festa pra mim. O Paulo Andrade eu não conheço. Ele fez um comentário que eu não gostei. Há um tempo, disse que "cada um tinha o que merecia", em relação ao nosso narrador, o Jorge Higor. Foi deselegante. Depois, disse que "tem gosto para tudo", quando alguém nos elogiou. Tem gosto para tudo mesmo e é bom que tenha. Ele tem um bom emprego, eu também tenho. E a vida dá voltas. Eu narrei o título brasileiro no mundial de handebol e não vou poder narrar o próximo campeonato. Já narrei o Inglês e o Alemão e estou fora. Não narrei Copa e nem Olimpíada. Ele perdeu a Champions, vai ver pela televisão. O mundo não acabou.  

Haverá uma mudança de estilo?

Sim, não vamos abrir mão do nosso estilo porque a ESPN fez bom trabalho e tem outro estilo. O nosso é baseado na emoção. Queremos que o torcedor se sinta no estádio com a gente.

Dizem que você grita muito. Já ouviu isso?

Sim, falam muito isso. Mas parece que eu fico gritando como se fosse um lutador de karaté, fora de hora, não é nada disso. É um tom diferente, dentro de um contexto jornalístico. Nós colocamos alto o barulho da torcida, colocamos o hino bem alto, quem está em casa sente a torcida gritando. Eu vim do rádio e por isso fui contratado, aprendi com Osmar Santos, com Eder Luiz e é emoção mesmo.

O que muda em relação à transmissão do Mundial de Handebol ou da Copa do Nordeste?

Em relação ao Mundial, nós assumimos a torcida pelo Brasil. Gritava cada gol como se fosse o último, cada vitória como se fosse a última. A gente apostava em medalha, mas não no ouro. E o Brasil ganhou. Quanto à Copa do Nordeste, a gente torcia pela competição. Tratamos com um respeito que o Nordeste nunca teve. Cobrimos chegada de ônibus, fizemos pre jogo, pós jogo, demos uma importância que nunca houve. E tem de ser assim mesmo: jogo do Sampaio Correa dá 50 mil pessoas em campo.

Agora, na Champions, vou torcer para todos os times. Se estiver apertado, vou torcer para ter empate e prorrogação. Se um time estiver goleando, vou torcer para aumentar a goleada. Quero muitos gols, muito jogo bom.

Como você soube que o Esporte Interativo havia ganho?

Estava em São Paulo e recebi um aviso. No Rio, foi uma festa imensa, nosso prédio tremeu com tanta festa. Eu fui no Ponto Chic e tomei seis cervejas.

O que muda agora que o TNT e o Space vão passar os jogos?

Em termos de preparação para o jogo, nada. Vou estudar com a mesma seriedade de sempre. O que muda é que mais gente vai acompanhar nosso trabalho.

Você é a voz da Champions no Brasil?

Não, nada disso. Sou apenas um narrador que vai fazer seu trabalho. Um trabalho importante porque se trata do maior campeonato interclubes do mundo. Estou muito feliz.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.