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Menon

Administradores do Palmeiras querem domesticar o futebol

Menon

01/12/2015 15h22

A tentativa orquestrada de se domesticar o futebol, de transformar um circo romano em uma ópera francesa continua. Um passo a mais foi dado pela Allianz Parque e pela WTorre, seguradora que possui os naming rights e construtora do estádio do Palmeiras. Através do facebook, eles pedem (?), ordenam (?), orientam (?) os torcedores palmeirenses que se comportem como imperadores belgas (só para lembrar que o Rei Leopoldo sabia escolher os talheres de seu banquete e, mesmo assim, foi um genocida) antes e depois da final da Copa do Brasil. Vejamos:

1) "Programe sua chegada ao estádio em um horário mais próximo à abertura dos portões. O respeito aos moradores do entorno é tão importante como comemorar a vitória de um time de coração"

2) "Não colabore com a prática do comércio ambulante (…) O apoio da torcida para coibir essa prática é muito importante"

E eu pergunto

Qual o direito de uma segurada em querer ensinar bons modos aos torcedores de futebol? Devem vir todos juntos, em silêncio, como figurantes de 'The Walking Dead', dirigir-se aos portões e não gritar um mínimo e quase inaudível "dá-lhe porco" porque o entorno reclama. Evidentemente, o entorno deve reclamar do barulho dos shows e a Allianz está fazendo um tipo de acordo. Não dá para impedir barulho no Paul McCartney, mas a gente dá um jeito na final da Copa do Brasil.

E eu pergunto novamente?

O que a Allianz tem a ver com o pernil que eu como? Cheio de cebola, tomate e pimentão? Do ambulante, sim. Foi assim a vida inteira e vai continuar sendo

Mas essa é fácil responder.

Eles querem que o torcedor coma aqueles sanduíches plastificados que eles vendem internamente. Aquelas redes de fast food que vendem carne que não e carne, frango que é só unha,  bico e crista.

Todo ao poder aos coxinhas, grita a Allianz.

Este assunto foi mais bem tratado no site do Paulo Junior (clique aqui ) Ele fala sobre entidades privadas buscando a elitização e higienização da cidade com o apoio do poder público.

Paulo, a gente podia fazer um belo trio na Central Tres (com o Leandro).

Convence o Xico Pati aí.

Te pago um chikabon.

 

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.