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Jota Júnior vira documentário nota 10

Menon

28/01/2016 15h00

Foto de Gustavo Amorim

Foto de Gustavo Amorim

"A outra face do gol: Jota Júnior" é um documentário realizado por Beatriz Cesarini, Gustavo Amorim, Leonardo Levatti e Victor Lopes.  Foi o TCC –  trabalho de conclusão de curso – dos quatro ex-estudantes da Cásper Líbero, agora jornalistas. É uma visão que não se restringe ao sucesso profissional do narrador, mas mostra também sua vida pessoal. "Ninguém desconhece a competência, o talento e a elegância de Jota nas transmissões, mas a história do ser humano Jota Júnior também é fascinante e dela pouco se sabe", dizem.

O documentário, avaliado por Henrique Guidi, Celso Cardoso Pedro Ortiz, tirou dez

O blog conversou com Jose Francischangelis Junior, o Jotinha tão querido por seus companheiros.

Como foi virar tema de TCC?

Os estudantes me procuraram com a ideia do TCC e eu aceitei. Eles trabalharam duro, foram muito a fundo e fizeram um documentário completo, um trabalho muito bom. Ficou até melhor do que eu mereço, eles exageraram um pouco.

No trabalho, eles falam sobre seu apego a Americana…

É um lado meu. Sou bem caipira, gosto da minha cidade e nunca saí de lá. Estou há mais de 40 anos trabalhando em São Paulo e meu celular ainda é de Americana, é lá que eu resido.

Você é considerado um narrador muito técnico, que domina muito a linguagem televisiva. Mas, como quase todos, começou no rádio. Qual é a diferença de veículo?

Ah, a diferença é simples. É a imagem. Na televisão, as pessoas estão vendo o lance. No rádio, não. Então, na televisão não precisa ter ritmo rápido, não precisa ser ágil. A gente vai pontuando os lances, vai explicando, vai mostrando. No rádio, precisa ser mais rápido. Eu levei uns oito meses para entender a diferença, para fazer a transição.

Você não tem bordão..

Não sou adepto não. Nunca usei.

Arquivo pessoal

Arquivo pessoal

O documentário conta que você teve a ajuda de Galvão Bueno no início da carreira.

Ah, sim. Foi na Gazeta. Meu irmão me inscreveu para uns cursos que eles faziam. Eu ainda não me considerava pronto, mas fui. Fiz o teste e o Roberto Petri, que era o coordenador, me aprovou. Milton Peruzzi, o responsável principal, não gostou. Disse que meu ritmo não era bom. O Galvão Bueno, que era contratado, também gostou do meu trabalho e um dia estavam precisando de alguém para fazer posto em um jogo secundário. Naquele tempo, o rádio mandava narradores para fazer posto. Eu fui e tive chance de narrar um pouco do jogo. Então, o Galvão mostrou novamente para o Peruzzi. E ele disse que eu havia melhorado bastante. Fiquei lá de 1976 a 80.

E depois?

Fui para a Rádio Bandeirantes e fiquei por três anos e meio. E estreei na TV fazendo o Pan de Caracas, em 1983. Nesse período, o Luciano do Valle chegou para assumir o esporte da TV Bandeirantes. Era o tempo do Show do Esporte. Ele gostou do meu trabalho no Pan e me convidou para a televisão. Fiquei lá até 1999, quando a Traffic assumiu o esporte da Band. Fui dispensado e dois meses depois o Sportv me chamou. E estou lá até hoje, com contrato renovado até 2019.

Vai trabalhar na Olimpíada? O que irá narrar?

Sim, fui credenciado para a Olimpíada, mas ainda não sei que esportes vou narrar.

 

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.