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Balbuena, Timão e São Paulo: capitalismo ou falta de ética?

Menon

05/02/2016 12h29

Eduardo Ferreira, diretor de futebol do Corinthians, acusou o São Paulo de haver tentado atravessar a negociação do clube com o zagueiro paraguaio Fabian Balbuena. O clube já teria acertado tudo com o jogador, que nem quis ouvir uma oferta do São Paulo.

O que se pode dizer, sem erro, é que o zagueiro merece parabéns. Deu a palavra e não recuou.

Quanto ao resto, fica em uma zona nebulosa do que se sabe, do que não se sabe, do que se diz e do que se cala.

A princípio, não vejo nada de errado. Vivemos no capitalismo, não? Se a assinatura não estava posta, o jogador estava livre. O que há de errado em fazer uma proposta? Em muitas profissões é assim: você trabalha em um local, recebe uma oferta de outro e cabe a você mesmo dizer a seu patrão atual se ele faz uma oferta que impeça sua saída.

O que se entende por ética, muitas vezes, esconde formação de cartel. O São Paulo já foi acusado de romper um acordo entre clubes e oferecer salários acima do teto combinado entre clubes. Ora, esse tipo de acordo só prejudica o trabalhador, que fica impedido de receber uma oferta melhor.

Zé Roberto, há alguns anos, recuperou-se fisicamente no São Paulo. A torcida sonhava com sua integração ao elenco e ele preferiu o Santos, que ofereceu bem mais. Errado? Não acho.

É o mesmo caso de Ronaldo Fenômeno, que se recuperou no Flamengo e veio para o Corinthians.

Acho interessante quando exigimos ética no futebol. Prova que somos pessoas afeitas a essa condição moral. Não somos animais. Mas há uma certa inocência em achar que o futebol vive despregado da sociedade capitalista. O futebol está inserido no mundo dos negócios. O mundo em que uma empresa pode oferecer um salário maior para um trabalhador.

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.