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Diretoria do São Paulo precisa sair do sofá

Menon

11/04/2016 11h06

Há filas enormes no Morumbi. São torcedores em busca de ingressos para o jogo contra o sofaRiver Plate, na quarta-feira. Houve o mesmo tipo de aglomeração -"filas virtuais" – nos dias anteriores, à frente de computadores, com muitas queixas sobre a lentidão do sistema. O Morumbi terá um grande público – pode até lotar – para a partida contra o River Plate, que pode definir o futuro do time na Libertadores.

A torcida saiu do sofá. Como em 2013, quando, amparada por uma política de preços baratos tomou o time no colo e impediu a queda para a segunda divisão. Como em outras edições da Libertadores. Ao contrário do que estava ocorrendo agora, com públicos dignos de campeonatos de várzea nos jogos do Paulistão.

A ausência da torcida ocasionou uma controversa peça de propaganda feita pela diretoria do clube, convidando o "torcedor a sair do sofá". Houve uma revolta grande da torcida, o que fez com que fosse retirada do site.

Agora, duas afirmações crescem:

1) a diretoria pode dizer que o torcedor só está indo ao campo porque foi desafiado. Mentira.

2) a torcida diz que vai quando o time precisa, o que é um engano. O time precisa sempre, principalmente quando está mal.

Mas, já que se fala em sofá, está na hora da diretoria se mexer. Há muito o que fazer.

1) Montar o time para o Brasileiro, por exemplo. Mesmo que o São Paulo surpreenda e consiga ir longe na Libertadores e no Paulista, há problemas muito grandes a resolver. E há pouco tempo. Não se pode cometer o mesmo erro do final de 2015. Tudo foi feito de forma lenta e Bauza teve de jogar com Lucão em Itaquera.

O treinador pediu dois atacantes, um jogador de meio campo e um zagueiro. Veja aqui a entrevista com o trepidante Palenzulela. Há tempos, ele adverte que precisa de jogadores que qualifiquem no elenco. Pediu Buffarini e recebeu Caramelo.

Cinco jogadores não é muito. Basta lembrar que Calleri, Maicon e Wilder vão deixar o elenco. A não ser que a diretoria saia mesmo do sofá.

O que foi feito – e é louvável – foi o início da incorporação de jogadores da base, como Lucas Fernandes, Banguelê e Lucas Kal. Eu só vejo o primeiro como possível solução, mas, de uma forma ou de outra, o trabalho está sendo feito.

2) Patrocínio – Diretores brigam para limpar o nome do clube no mercado. Dizem que a situação já melhorou, mas, de concreto, nada. Ou, pouca coisa. A camisa continua sem um grande patrocinador.

3) Situação de Carlos Miguel Aidar – O ex-presidente confessou – com gravações feitas por Ataíde Gil Guerreiro – que havia muita gente, inclusive sua namorada, levando comissões indevidas no clube. Foi criado um Conselho de Ética. E nada foi resolvido. A torcida desconfia que Carlos Miguel saia canonizado do processo. Tem medo de uma enorme pizza.

Assim, fica mais difícil sair do sofá.

 

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.