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Corinthians tem joias na lama. Pérolas doadas aos porcos

Menon

03/05/2016 10h13

perolas-aos-porcos-frameAo perdigueiro Dassler Marques, nada escapa. E ele tem traçado aqui no UOL um retrato cruel de como o Corinthians maltrata suas categorias de base. O torcedor, que a cada janeiro corre pelo interior do estado para ver o sub-20 jogar – e o maior vencedor da Copinha – está aplaudindo, na verdade, jogadores que não atuarão no clube e nem renderão dinheiro ao clube.

São jogadores fatiados. E, desta pizza, resta uma azeitona ou um anel de cebola para o clube.

É o almoço vendido para que se compre a janta. Joias usadas para se pagar dívida.

É o caso de Mateus Pereira, que ficou tristemente marcado por errar um pênalti – cavadinha – na Copa São Paulo. O Corinthians tem apenas 5% dos seus direitos. O restante foi cedido para se pagar dívidas.

Há outros exemplos. O Corinthians tem 30% dos direitos de Arana. Malcon, 19 anos, foi vendido. O Corinthians ficou com 30%. O empresário Fernando Garcia é o "bom samaritano" que fica com direitos de jogadores jovens e promissores em troca de uns trocados.

O caso do zagueiro Marquinhos é exemplar. Campeão da Copa São Paulo de 2012, foi inscrito na Libertadores e também esteve na lista de espera de jogadores convocados para a Olimpíada de Londres. Depois de 14 jogos pelo time, foi vendido para a Roma. Pouco dinheiro, R$ 8,2 milhões de reais por 50% de seus direitos. Seis meses depois foi para o PSG por mais de R$ 100 milhões. E em dezembro, Scolari o convocou para a seleção.

Dodô, lateral, foi para a Roma de graça, por estar em final de contrato. Foi o mesmo que ocorreu com Fagner, em 2007.

Péssimos negócios. E, agora, o caso de Alyson, o mais tenebroso deles. O empresário norte-americano Helmut Nik Apaza declarou haver pago R$ 240 mil por 20%  dos direitos do jogador (olha a pizza aí). Detalhes: Alyson tem 15 anos e nem deveria – pela lei – ter contrato. E a Fifa proíbe a cessão de jogadores para pessoas físicas e jurídicas. Apaza também afirmou ter pago R$ 175 mil por uma carta que lhe dava direito de ser representante do Corinthians nos EUA.

O diretor Julio Barrozo, que participou das negociações de Alyson e da carta, pediu demissão.

É um mar de lama envolvendo as joias do Corinthians.

Pérolas jogadas aos porcos.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.