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Quatro grandes em busca de cérebro, coração e coragem. Como no mundo de Oz

Menon

23/05/2016 10h50

Falta futebol

Personagens, desenhadas por Thales

O livro é de 1900. O filme é de 1939. E a história da garota Dorothy, levada por um furacão ao mundo maravilhoso de Oz continua vivo. A garota, criada por L. Frank Baum e vivida por Judy Garland no cinema, é levada por um furacão ao mundo de Oz, onde convive com estranhos personagens: homem de lata, um leão e um espantalho. Cada um em busca da concretização de um sonho. O

ilustração original do livro de 1900

ilustração original do livro de 1900

leão busca coragem, o homem de lata, um coração e o espantalho, um cérebro.

Coragem, inteligência e solidariedade.

Partes integrantes do sucesso de todo ser humano. De todo grupamento humano. De todo time esportivo.

Atributos que os quatro grandes paulistas ainda buscam no início de Brasileiro. Um aviso forte foi dado na segunda rodada do Brasileiro, quando o Trio de Ferro perdeu e o Santos teve dificuldades imensas para superar o Coritiba, em casa.

O gol salvador do Santos veio com Renato. Não por coincidência um jogador que reúne todas as características ausentes em Oz. Um transplante de órgãos de Renato daria cérebro e inteligência ao espantalho, daria coração e solidariedade ao Homem de Lata e seu exemplo daria coragem ao leão.

O Santos nunca perde por causa de Renato. Quando perde, perde apesar de Renato.

E, se um time precisa de coragem, solidariedade e inteligência, o Santos vai sofrer com a ausência de Lucas Lima. O armador.

No Corinthians, está sobrando solidariedade. Pode ser um defeito também, quando oculta necessidades. Tite é solidário em excesso com alguns jogadores. Morreu abraçado com Romarinho e Sheik em 2013 e agora vem insistindo muito com Bruno Henrique. Ele não dá a proteção ao time que sobrava com Ralf e a consequência é um posicionamento mais conservador de Elias. Ele já não pode sair tanto, não pode ser a surpresa no ataque.

E não foi Tite que trocou o promissor Marciel pelo limpa-trilhos Williams, que não joga nunca?

No Palmeiras, Cuca precisa ter mais inteligência para não ser traído por seu excesso de coração. Não adianta gritar e ficar fora do banco, por suspensão.

Bem, as comparações param por aqui. Não sou tão bom em metáforas. E não conseguiria, sem forçar a mão, colocar Palmeiras e São Paulo aqui.

A verdade é que um time com a inteligência de Einstein, a coragem de uma mãe de família favelada que acorda toda manhã e manda o filho para a escola, e a solidariedade de Brenda Lee, o travesti que criou um abrigo para seres humanos afetados pelo HIV, lá nos anos 90, não resiste a nada, se Egídio não marcar Felipe Azevedo, se Bruno perder uma bola dominada aos 45 do segundo tempo, se deixarem Kieza entrar fácil, como faca quente na manteiga….

Precisa saber jogar bola também

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.