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Autuori vê formação de técnicos argentinos melhor que a de brasileiros

Menon

24/05/2016 06h01

autuoriAlém de campeão paranaense (Atlético em 2016), mineiro (Cruzeiro em 1997), brasileiro (Botafogo em 1995) da Libertadores e do Mundial (São Paulo em 2005), Paulo Autuori é um dos poucos, talvez o único treinador brasileiro, a ter construído uma carreira de sucesso na América do Sul. Foi campeão peruano pelo Sporting Cristal e pelo Alianza Lima.

Perguntei a ele porque os argentinos fazem mais sucesso na Europa e na América do Sul. A resposta está abaixo. Como gosto muito de Autuori, fiquei aborrecido com uma entrevista tão pequena, feita por email. Fiquei com gosto de "quero mais" e espero algo melhor e mais substancioso em pouco tempo.

 

Paulo, fala-se muito que treinadores brasileiros não conseguem sucesso na Europa e nem na América do Sul, onde argentinos como Sampaoli, Pizzi, Pekerman, Ramon Diaz, Gareca e Martino são maioria nas Eliminatórias. Você, como alguém que fez muito sucesso no Peru, concorda com isso? A língua ajuda?
Concordo. Isso tem a ver com o que eu já falava em 2013. Logicamente, a língua facilita, mas o fato é que a escola deles é reconhecida pela UEFA e, consequentemente, pela FIFA. Muitos deles se formaram na própria Europa. Há um curso na Argentina, por exemplo, que é reconhecido pela FIFA, e alguns brasileiros já têm ido pra lá fazer. O curso da CBF é reconhecido apenas pela federação asiática, e não por UEFA e FIFA.
E a ideia que eles sempre tiveram do Brasil é que aqui só tem jogadores, eles valorizam muito isso. E se tem muito jogador de qualidade, ficaria mais fácil para o treinador. E a gente sabe que não é isso. A grande diferença, mesmo, é essa formação que eles têm.
Como você pavimentou seu caminho de sucesso na América do Sul?

Que fique claro que não fui direto dirigir uma seleção. Fui convidado pelo Alianza Lima no ano do centenário deles, em 2001. No ano seguinte, fui convidado pelo Sporting Cristal para ser o responsável por todo futebol do clube. No final daquela temporada, a federação peruana me convidou para desenvolver esse mesmo trabalho na seleção.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.