México promove inclusão de homossexuais através do esporte
Um encontro esportivo reunindo 35 equipes, com 350 participantes de 23 estados diferentes. Jogando futebol, vôlei e basquete.
Nada que mereça destaque. Não são números espetaculares. A não ser que sejam todos atletas homossexuais, da comunidade LGBTTI. E do México, país latino e com forte traço cultural machista e homofóbico.
O encontro esportivo foi organizado pela Didesex –Diversidade, deporte e sexualidade – uma entidade que visa integrar os esportistas da comunidade LGBTTI através de esportes, como futebol, basquete e vôlei, fundada em 2010. Mesmo sem apoio governamental, conseguiram participar de torneios como Olimpiada gay e Mundial gay.
Miranda Salmán, diretora esportiva da Didesex afirmou ao jornal Afición que, apesar do sucesso esportivo alcançado e da alta qualidade de alguns jogadores, o preconceito continua, principalmente no interior do pais.
A Didesex criou também uma escolinha de futebol para que homossexuais discriminados em outras instituições possam praticar seu esporte favorito.
Em 2011, logo após a fundação da Didesex, Miranda comandou uma equipe de futebol que participou de torneios na Bélgica. Sem condições financeiras, apenas 11 atletas – nove homens e duas mulheres – puderam viajar. Conseguiram dinheiro com rifas, empréstimos e ajuda familiar. Foi um torneio muito cansativo porque, como tinham o número mínimo para entrar em campo, não podiam sofrer contusões e nem expulsões.
Mas o México é machista mesmo? Homofóbico, realmente?
Não é exagero dizer que a maior "contribuição" do futebol mexicano à Libertadores é o grito de "puuuuutttto" quando o goleiro adversário vai cobrar o tiro de meta. Não custou para que aqui chegasse o "biiiichaaaaa".
O México é um país que tem uma cultura machista e homofóbica muito forte. Um estudo do Programa Nacional para a Igualdade de Oportunidades contra a Submissão de mulheres, feito pelo governo mexicano, apontou dados assustadores. Ele mostra que 24,5% das mulheres já foram proibidas de estudar ou trabalhar (violência econômica), 42,4% de mulheres com menos de 15 anos já foram ameaçadas de expulsão de casa (violência emocional), 13,5% foram agredidas (violência física) e 7,3% sofreram estupro.
Quanto à homofobia, segundo a organização civil Letra S, no período de 1995 a 2013, houve 798 assassinatos de homessexuais – 640 homens, seis mulheres e 152 travestis. Apenas o Brasil, na América Latina, tem números superiores.
Uma pesquisa feita pelo comissão de direitos humanos do governo apontou que 55% dos homossexuais escondem sua condição no ambiente de trabalho.
Miranda Salmán, diretora esportiva da Didesex afirmou ao jornal Afición que, apesar do sucesso esportivo alcançado e da alta qualidade de alguns jogadores, o preconceito continua, principalmente no interior do pais.
Que o encontro realizado na Cidade do México sirva para diminuir o preconceito e permite a integração. Antes do trabalho da Didesex, esportistas gays tinham participação apenas na luta livre, uma paixão mexicana.
Uma participação caricata e que não servia para diminuir preconceitos. Eram chamados de exóticos. O mais famoso deles é Cassandro, um travesti, que chegou a ganhar um titulo mundial em 1992. Agora, aos 45 anos, pensa em se aposentar.
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