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Tricolor vence com paixão do ídolo efêmero e do ídolo eterno

Menon

15/06/2016 22h16

calleriPrimeiro, foi o gol do ídolo efêmero. Depois, a confirmação, com o gol do ídolo eterno. Calleri e Lugano, exemplos da paixão como o futebol é tratado no Rio da Prata, garantiram três pontos muito necessários para o São Paulo.

Calleri fez um gol ao seu estilo. Gol de centroavante. Bem colocado, rápido e bola para dentro. Pode ser com o pé, cabeça, tronco. Ela entra. Foi um gol que impulsionou o time à vitória. Já passava dos 30 minutos e o São Paulo não mostrava grande futebol. Até que veio o cruzamento e o matador cumpriu sua obrigação.

Centroavante bom é o que resolve situações difíceis. Centroavante bom é como São Judas Tadeu, o santo das causas impossíveis. Centroavante bom é como Nossa Senhora Desatadora de Nós. Centroavante bom é o que impede um empate que se desenhava assustadoramente no Morumbi.

Calleri levou um amarelo por levantar a camisa na comemoração. Merece todas as desculpas. Tratava-se ali de homenagear o amigo de infância morto há uma semana. A morte sempre é terrível. A morte na casa dos 20 anos é aterrorizante. Calleri fez o gol com o coração e não com pé, cabeça ou mão. É mais um gol que será lembrado em sua passagem efêmera no São Paulo. Mesmo que tudo dê certo e ele fique até o final do ano, será um ídolo que deixará um gosto de quero mais na torcida.

luganocaricaturaDiego Lugano é ídolo eterno. Voltou ao clube sob comoção intensa da torcida e desconfiança imensa dos críticos. Não há críticas aqui aos críticos, temos mesmo é de ter um olhar desconfiado sobre tudo. Temos de ser chatos.

E o uruguaio, o capitão que não usa a faixa na camisa, fez mais um gol pelo São Paulo. O segundo desde a sua volta. Está ganhando confiança, chegou a fazer cinco seguidas e levou o amarelo justamente porque já estava definido que ganharia um descanso com a chegada de Rodrigo Caio.

Lugano é ídolo eterno. Todos os seus erros são perdoados pela torcida. Ele soube superar todas as suas deficiências e está no panteão dos grandes craques do São Paulo. Mesmo não sendo craque. Mesmo estando muito longe de ser um craque.

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.