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Menon

Qual é o código de ética de Tite? Tocha mata onça. RGT e o sofá.

Menon

21/06/2016 17h06

A parte final do encerramento da Olimpíada de Londres teve a participação do Brasil. Foram oito minutos para a delegação da próxima Olimpíada apresentar alguma coisa do país. Teve Pelé, teve aquele gari do carnaval carioca e Pelé. Foi emocionante. Eu me lembro de receber, ao mesmo tempo, quase simultaneamente dois tweets sobre o que estava vendo in loco. O primeiro, foi de um jornal inglês. Diza algo do tipo: bastaram oito minutos de música brasileira para mostrar como eles são superiores. A segunda, de um jornalista brasileiro. Dizia o seguinte: já começamos a passar vergonha.

tocha_olimpica_brasilia_pedro_ventura_divulgacao_03052016_932-288262Ah, o eterno complexo de vira-lata.

Eu acho a música brasileira uma das três melhores do mundo, ao lado dos EUA e de Cuba. Sinatra, Paulinho da Viola e Omara Portuondo. E muito mais. Acho que o Brasil, com sua diversidade cultural – escolas de samba, funk, Villa Lobos, frevo, bumba meu boi, música interiorana, Parintins…..- tem tudo para fazer abertura e encerramentos inolvidáveis para a Olimpíada.

Infelizmente, a passagem da tocha olímpica tem me desmentido. Tem sido um palco para vaidades intensas e imensas. São 12 mil pessoas carregando a tocha por todo o Brasil. Caberiam os 1400 atletas olímpicos de nossa história e ainda uma quantidade enorme para se traçar um painel desse maravilhoso país. Não caberia a tal da Ana Paula, BBB descompensada, a meu ver.

E o que temos é uma gama de atletas desprezados e um monte de dirigentes de empresas patrocinadoras carregando a tocha. E amigos de dirigentes de empresas patrocinadoras. E amigos de amigos de empresas patrocinadoras. E…. Como é grande a vaidade humana!!!

Eu não fui convidado. Se fosse, não aceitaria por vários motivos. Nem sei se aguentaria correr 500 metros. Acho aquela roupa ridícula. E nunca fui esportista. Muitos colegas estão participando, cada um na sua. Eu acho dispensabilíssimo.

E agora, chegamos ao ponto mais baixo da passagem da tocha pelo Brasil sil sil. Em Manaus, o Comando Militar da Amazônia levou a onça Juma, acorrentada, ao evento.

Por que os militares precisam participar do evento da tocha? Não tem trabalho para fazer?

Por que a onça precisa estar no evento?

Bem, a onça fugiu e foi morta.

É muita burrice junta. Muita breguice misturar tocha olímpica com onça aprisionada.

Teremos um samba do crioulo doido na Olimpíada?

picadinho

1) RGT e o sofá – No final de semana, vi os jogos do Palmeiras e do São Paulo. Em ambos, os locutores saudavam a presença de gente de bem em vez de bandidos. Referiam-se aos portadores de sinalizadores. Em relação ao Palmeiras, repetiam o raivoso discurso de Alexandre Mattos, após o empate com o Coritiba.

Quando ouço a expressão "gente de bem", fico assustado. Muitas das piores coisas que a humanidade produziu foram para proteger "gente de bem". Galileu foi torturado, rebeldes foram presos e mortos… Sempre para ajudar "gente de bem".

Para mim,  isso é uma campanha para que menos gente vá aos estádios. Que fique em casa, deitado no sofá, dando audiência à RGT, jogo após jogo. Mas, que não seja. Vamos ver o outro lado.

A Polícia não tem capacidade para resolver a questão da violência nos estádios. Que é a mesma da sociedade. Então, a solução é simples: torcida única. Lavo as mãos. Abdico do meu trabalho. E continuo ganhando o mesmo que ganhava.

Eu defendo torcidas separadas no estádio. Cada uma vibrando com seu time. Cada uma ofendendo o time dos outros. E as duas, unidas, xingando a mãe do juiz. Com sinalizador, bandeira, batuque e tudo o mais. Como? Problema da polícia. São pagos para isso. Um exemplo: a PM não sabe quem são os bandidos que vão ao estádio em busca de confusão. Não sabe onde eles marcam suas brigas? Todo mundo sabe. É só trabalhar. É só prender.

Estádio de futebol é para todos. Não é para "gente de bem", apenas. Devem deixar uma parte para quem quiser ver o espetáculo ao lado do torcedor rival. Uma proximidade capaz de cenas ridículas como aquele casal de são-paulina e flamenguista, que se beijava a cada gol sofrido. Um beijo no parceiro e outro na câmera da televisão. Exibicionismo puro. Nem deviam olhar o jogo. Ah, e como sabiam que estavam sendo filmados? Um teatrinho insosso proporcionado por "gente de bem".

2) CBF TEM DEPARTAMENTO DE ÉTICA? SQN – A contratação de Matheus Bacchi, filho de Tite, para trabalhar com o pai, esbarra no código de ética da CBF. É uma piada. A CBF é uma entidade sinônima de bandalheira, tem seus dirigentes presos e impossibilitados de deixar o país. Qual o código de ética? Não roubarás? Não mentirás? Não dividirás a propina? Não delatarás o amigo ladrão?

Só rindo mesmo.

gargalhadasA contratação do filho de Tite deveria ser brecada pelo código de ética do…Tite. Para que levar o filho? Deixa no Corinthians fazendo seu trabalho, construindo sua carreira. Deixe caminhar por suas próprias pernas. Depois, pode ser. Estamos vivendo a época do nepotismo. Filho de Dorival Jr. no Santos. Quem mais? Qual a experiência? Qual a vivência?

É um começo muito ruim você precisar burlar o código de ética da empresa para ser contratado.

Ser reprovado no código de ética da CBF é muito pior. O próximo passo é ser reprovado no código de ética de don Corleone.

Frata Soares

Frata Soares

3 – UM MILHÃO A ZERO – E, entre tanta coisa ruim, o Brasil ainda dá motivos para que eu me sinta de alma lavada, com orgulho da Pátria. O motivo: Tá aí: "O deputado federal Jair Bolsonaro PSC-RJ) tornou-se réu em duas ações penais no STF (Supremo Tribunal Federal). Ele responderá por incitação ao crime de estupro e uma queixa-crime por injúria por ofender a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) em uma discussão sobre estupro.

O Brasil, apesar de bolsonaros, bolsonaretes, bolsomitos, sempre a vomitar preconceitos e a pregar violência, não é o país do ódio.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.