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Lochte, o palhaço olímpico. E não viremos a cara aos refugiados

Menon

19/08/2016 19h46

lochte2No balanço de perdas e danos, já tivemos muitos desenganos…. E a Olimpíada caminha para o final, com seis derrotados: os boxeadores criminosos que tentaram estuprar camareiras e os nadadores dos EUA, também criminosos, mas em escala muito menor. Foram a uma festa, depredaram um posto de gasolina e inventaram um assalto que foi desmentido por um vídeo. Ryan Lochte é o mais famoso deles. Mais palhaços do que bandidos.

Imaginemos um brasileiro nos EUA indo à polícia e relatando uma ocorrência falsa. Não ficaria barato como ficou aqui. Não conheço a lei de lá, mas o falastrão seria punido. Talvez expulso do país.

E, nós brasileiros, nos encheríamos de vergonha de nossos compatriotas. É o que esta acontecendo também por lá. Muitos jornalistas e o público em geral, que inicialmente acreditavam em Ryan Lotche, ficaram revoltados com a mentira.

O jornalista Mike Vaccaro escreveu um texto "Ryan Lochte é tudo que o mundo odeia nos EUA", dizendo que ele representa todos os estereótipos sobre a arrogância dos norte-americanos. Ele usou o termo "ugly american" como um resumo dos motivos pelos quais os norte-americanos são odiados.

A Olimpíada caminhou bem. Teve defeitos e acertos como todas. Lembremos rapidamente que houve atentado em Atlanta, que um irlandês louco atropelou Vanderlei Cordeiro de Lima em Atenas, que a poluição era enorme em Pequim, lembremos de Munique e de Berlim…

O Brasil falhou, a meu ver, principalmente na falha em despoluir a Baia da Guanabara. Uma chance história incrível, jogada no lixo. Houve a controvérsia da vaia e houve também a maravilhosa e emocionante acolhida aos atletas do time de refugiados.

Tomara que não seja fugaz. Tomara que os que aplaudiram, não virem a cara e nem fechem a janela do carro ao ver pela frente um refugiado comum, um que não seja atleta. Um frágil haitiano, por exemplo.

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.