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Paixão não pode ser punida. Viva o futebol olímpico

Menon

26/08/2016 11h41

Brasil x Suécia, no futebol feminino, lotou o Maracanã. 70 mil pessoas. Brasil x Alemanha, no masculino, levou 80 mil pessoas. conviteHouve choro e lamentação no primeiro caso. Houve choro e comemoração no segundo caso. Os dois lados da paixão. Uma paixão que merece a punição, segundo muitas pessoas.

É grande o número de pessoas que defende o fim do futebol olímpico. Os principais argumentos são?

1) Nos outros esportes, o que se tem, na Olimpíada, é o máximo de qualidade possível. É o melhor time de vôlei, o melhor de basquete, as melhores ginastas etc. O futebol, não. É apenas um sub-20 com três reforços. E os clubes se negam a ceder seus grandes craques.

2) O futebol não se integra à festa olímpica. Não é realizado na sede e tem seu início antes da abertura.

São argumentos que não sustentam um pedido tão grave: a exclusão do futebol;

Ora, começa antes porque é um esporte com características próprias. É necessário um período de descanso entre um jogo e outro maior que o de outros esportes. Apenas isso. E, se não está na sede, outros esportes como iatismo também não estão, em muitas competições olímpicas. E se está espalhado pelo país é porque onde esteja sempre será visto.

Quanto ao primeiro argumento, o que dizer do rugby seven? É o mesmo que futebol society, não é o rugby que está nos campeonatos mundiais, que lota estádios pelo mundo?

Há um outro motivo, não dito. O futebol ofusca muitos esportes. Por isso, os defensores de que o Brasil deve ter uma cultura olímpica, um amor por todos os esportes, pregam, de forma autoritária, a exclusão do mais amado. Em vez de se lutar pela elevação dos chamados "esportes olímpicos", defende-se a exclusão do futebol.

Que é mais olímpico do que os outros. Está no programa olímpico desde 1900. O basquete chegou em 1936. O vôlei em 1964. E a ginástica de trampolim? E a ginástica rítmica? E o badminton? Ninguém sabe. Ninguém se  interessa.

Lutar contra o futebol é lutar contra o povo. E sua paixão maior.

PS – Lancei, com Adalberto Leister Filho, o livro Gol de Ouro, que conta a história do futebol olímpico. Conta a história, de 1900 a 2012; Pode ser adquirido no www.letrasdobrasil.com.br

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.