Topo

Menon

O "grenalismo" ofende o glorioso futebol gaúcho

Menon

25/10/2016 06h58

Pior, muito pior, que a violência marginal de Edílson, covarde agressor de um colega de profissão, é a sua justificativa pela

GAÚCHO Riscando os cavalos! Tinindo as esporas! Través das coxilhas! Sai de meus pagos em louca arrancada! — Pra quê? — Pra nada! (Ascenso Ferreira)

GAÚCHO
Riscando os cavalos!
Tinindo as esporas!
Través das coxilhas!
Sai de meus pagos em louca arrancada!
— Pra quê?
— Pra nada! (Ascenso Ferreira)

égide do Gre-nal. Vejamos o que escreve David Coimbra, talentoso jornalista gaúcho. "O Gre-nal é soco na cara, é dividida que levanta leiva de grama, é jogador de nariz sangrando, é jogador de olho inchado, é reclamação de juiz e, de vez em quando, é até futebol".

Esse Maktub da violência, essa aceitação de uma história que se criou na gênese do futebol gaúcho, essa falta de vontade em mudar o que está só serve para que jogadores medíocres como Edílson se criem. O cara era reserva do Corinthians, sem mostrar nada de futebol. Vai para o Sul. Não precisa melhorar a marcação, não precisa melhorar o cruzamento, a cobertura, a bola aérea, o chute de fora da área…Nada disso. Basta saber, como ele disse, que o Gre-nal tem muita adrenalina e sair dando pancada. E vira herói.

Essa aceitação da necessidade atávica de se eliminar o rival, de praticar a degola contra o inimigo, serve também para mascarar a decadência de Internacional e Grêmio. Um está na luta para não cair. O outro está na zona cinzenta. Ambos não vencem o Brasileiro há décadas. Para que buscar soluções se sempre há um Gre-Nal para que a pancadaria sirva como um grande tapete verde para se esconder a sujeira.

A falácia de que o Gre-Nal é isso é também uma mentira histórica. Equipes que tiveram Tesourinha, Larry, Falcão, Carpegiani, Ronaldinho, Renato, Airton Pavilhão, Manga, Figueroa, Ancheta e tantos outros.

Não se pode aceitar que a história desse craque registre capítulos como: 409 o Gre-Nal em que William fraturou a mandíbula de Bolanõs ou o Gre-Nal 411 em que Edílson deu murros e mais murros na cara de Dourado.

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.