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Coutinho e o time que faz o Brasil sonhar

Menon

10/11/2016 23h03

Houve um Coutinho – Antônio Wilson Honório – gordinho, profissional com 15 anos, o mais menino dos Meninos da Vila, o Rei coutinhoda Área, o parceiro de Pelé e que teve pouco sucesso na seleção brasileira.

Houve outro Coutinho – Cláudio Pêcego de Moraes Coutinho – capitão do Exército, um treinador de seu tempo, à frente do tempo brasileiro, com overlapings e quetais, terceiro colocado invicto no Mundial de 78.

E há agora, um terceiro Coutinho. Philippe, baixinho, encarador e que se firma como o segundo homem da seleção comandada pelo grande Neymar. Um Coutinho dirigido por um grande treinador, como foi aquele outro Coutinho. Um Coutinho, brancoe magrinho,  que parece ter um futuro enorme na seleção, maior que o primeiro, negro e redondinho.

O gol de Coutinho mudou o jogo. O jogo que começou difícil, complicado e que terminou com oléeeee, terminou com o brasileiro adquirindo todo o direito de sonhar com a volta de dias gloriosos.

Até então, aos 25 minutos, estava estático na direita. Mudou então de posição. E ajudou o Brasil a sair de um sufoco. A Argentina, ao contrário do que se esperava, veio tocando bola no campo do Brasil. O Brasil era reativo. Mas Coutinho deixou o lado esquerdo, foi para o meio, tabelou com Neymar e fez um golaço.

A Argentina sentiu muito. O Brasil passou a dominar, mas o jogo ainda era duro. Enzo Perez era um bom auxilio no meio campo. Tudo caminhava para o final, quando Jesus fez uma linda jogada e serviu Neymar, que definiu o jogo.

Coutinho. Jesus. Mas, epa, não tínhamos uma geração ruim? Não vivíamos à sombra de Neymar, um craque sem alguém com quem dialogar? Faltava mesmo é trabalho de um bom treinador.

Patón Bauza errou muito no intervalo. Tirou Perez e colocou Aguero. Abriu o jogo e foi para o tudo ou nada. Foi nada para ele. Foi tudo para Tite. O Brasil tinha muitos espaços para jogar. Cada contra-ataque era um gol iminente. Os argentinos passaram a bater, bater e bater.

O Brasil fez três. E poderia fazer seis.

Tite ainda comemorou muito o gol de Paulinho, o "seu" jogador. E começou a recuperar Tiago Silva.

Foi tudo perfeito.

Uma noite de sonhos.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.